1. Começo por agradecer as oportunidades que o destino me tem proporcionado. Isto por me trazer às
mãos informação útil no momento adequado.
2. Passando algum tempo de volta de "coisas velhas" - ou antigas, melhor dizendo - dei comigo a folhear um opúsculo do ano de 1915! (Ver bem a data! Plena I Guerra Mundial como se veio a designar na História). De que cuidava o texto?! Dois ilustres Professores da Sorbonne não "satisfeitos" com o decurso dos negócios políticos (as coisas repetem-se?) resolveram indagar das veras razões da Guerra que estava assolando a Europa. Pesquisaram, pesquisaram, esquadrinharam, esquadrinharam, e foram dar com os escaninhos dos diplomatas e chefes de Governo de então por essa Europa em guerra! (Milhões de assassinados!) E que se plasmava em tão secretos (alguns públicos ou publicados) diplomas da mais variada natureza? Entre as Chancelarias e Governos eram trocadas opiniões (num incrível espaço de 2 dias 2) no "longínquo" Julho de 1914, sobre o ultimato feito pela Áustria (o orgulhoso Império) à Sérvia, na sequência do assassinato de Francisco Fernando da Áustria e de sua esposa, em Sarajevo.
O assassinato não foi promovido pelo governo da Sérvia mas a Áustria entendeu que seria altura de demonstrar a força do Império que era objecto de crítica de associações políticas na vizinha Sérvia! A Sérvia, enquanto Estado, nada tinha a ver com o assunto! Mas "levou" com um ultimato em ordem para ser obedecido em 24 horas! A Alemanha apoiava toda a atitude do orgulhoso Império! Negociações urgentes pela Europa de então (Inglaterra, França, Itália, Rússia) para sustar qualquer atitude bélica. A Sérvia respondeu - submissa - ao ultimato - apenas relevando a impossibilidade de satisfazer a censura política e a perseguição a detractores da Áustria no seu território sem ofender os princípios da democracia que informavam o Estado e o Direito na coarctação das liberdades de expressão - já tinha condenado o assassinato! - e de livre associação. A Áustria impunha-lhe uma menoridade política exigindo a sua participação nas inquirições e investigações judiciais aos detractores do Império em território sérvio! A Sérvia pretendeu aclarar que posição era esta, a da Áustria, fazendo da Sérvia um qualquer protectorado. Mas a Áustria não admitiu qualquer aclaração ou via alternativa de colaboração proposta pelos sérvios e consentânea com o seu direito e o direito internacional. E com a cobertura da Alemanha desencadeou a guerra.
Retenha-se: a culpa do assassinato não era do Estado sérvio; e este dispôs-se a clarificar toda a situação - exigindo apenas que fosse respeitada a sua soberania e que não fosse submetida à derrogação do Direito na sua actuação.
2. Na mesma altura veio-me às mãos um outro opúsculo sobre a justificação da entrada de Portugal nesta loucura.
O "governo" de Afonso Costa perorou - está publicado na folha oficial - e produziu um extenso arrazoado do qual relevo a obrigação de Portugal dar satisfação a todos os tratados de que era subscritor e demonstrar internacionalmente que era um País que honrava os seus compromissos internacionais; e que embora fosse custoso para o "governo" não lhe restava mais do que mandar os portugueses suicidarem-se nesse altar de arrogâncias internacional e participar na carnificina que aquela guerra implicou!
Orgulho nacional, honra nacional, respeito pelos aliados e tratados subscritos...para mandar para a morte os seus nacionais sem pretender curar de saber quais as razões que fundamentavam este morticínio!
Repare-se que a entrada de Portugal nesta loucura dá-se 2 anos e tal depois de diivulgados pelos referidos Professores da Sorbonne os fundamentos do "talho" instalado na Europa!
3. Estaremos destinados a ser apenas os cordeiros obedientes de "governos" despóticos mascarados de democracias? Os argumentos são os mesmos, agora, face ao despautério das finanças mundiais (e tenta ainda dar-se como culpados Gregos, Irlandeses, Portugueses...e o mais que se verá!); e assiste-se à tentativa de sanear as finanças - mormente privadas - com o sacrifício dos Povos! Estes são os "governos" que vamos tendo! Estes são os entendimentos de tratados internacionais: honra nacional, etc. E os portugueses - no nosso caso - não merecem um mínimo de consideração de quem manda agora no território?! Parece que não! Só ouvimos que cumpriremos custe o que custar as "nossas" obrigações! Custe o que custar! Quem são estes senhoritos a mandarem na vida e na morte dos portugueses e do País?
4. Depois vem a fraulein Merkel dizer que os investimentos na Madeira não visaram o incremento de produtividade! Vista a Madeira antes e depois de Jardim (e não sou seu simpatizante) é a comparação entre o dia e a noite! Saberá a fraulein que os túneis que tanto a afligem e as vias de comunicação que como tanto desperdício considera foram factor de mobilidade no território insular, por via dos quais se consegue fazer hoje em minutos o que antes se fazia em horas de trajecto?! (Não é um factor de incremento de produtividade o encurtamento da distância entre os agentes económicos?) E a segurança em que as pessoas hoje se deslocam tem alguma coisa a ver com o passado? Frauleinezinha, aprenda economia e política e fale só depois de conseguir absorver umas noçõesinhas para conversa trivial. Na Alemanha é diferente? Anda-se de burro? (se calhar anda-se de gatas, por isso a perspectiva é tão baixa!). Como se curvam á menina tantos próceres políticos na nossa europazinha é que ainda me espanta! (ou não, pois parece tudo da mema colheita).
5. Estamos no baixar de pano sobre a cena grega?! Será que ainda não perceberam os ditos políticos da europa que se está a liquidar não só uma NAÇÃO mas A NAÇÃO GREGA? Repetem-se os ultimatos e a tentativa de submeter à sua "orientação" económica e financeira aqueles povos das ilhas do Sul que não merecem existir senão como protectorado da Alemanha civilizada? Que mal fez a Grécia à Europa? Terá de expiar os erros financeiros do Deutsche Bank e quejandos parceiros comerciais?
Ficou à Alemanha alguma dor de consciência post II Guerra Mundial? Parece que não! Mas aqui os exigentes teutões esquecem-se de que as suas dívidas reais para com toda a Europa, desde 1914 - para não irmos mais para trás e trazer à colação o chevalier-servant Sarkozy e a sua françazinha de faz-de-conta - ainda se não saldaram? Esquecem os teutões que os primeiros a ser perdoados em termos de excessos de déficit na Europa do Euro foram exactamente eles? E a Europa retaliou?! Não! Perdoou - bem como à França! Será que a Alemanha esqueceu os custos da sua re-unificação recente e da paridade dos marcos de "um e outro lado"? Quem suportou tudo isto? O "milagre alemão"? Farto-me de rir...chorando! Quem acolheu - aqui repito-me - alemães e austríacos no post Grande Guerra para se educarem, lavarem, crescerem, alimentarem-se, serem gente? Não foram os ditos Países do Sul, tão mal-quistos? Será por isso, por lhes podermos lembrar a nossa caridade, que nos têm esta raiva?!
Por que será que uns Países têm mais direitos que outros no seio da dita comunidade?
6. Infelizes as afirmações do presidente do parlamento europeu! Senhor Schultz, a sua querida fraulein foi até à Índia e China vender a Alemanha! O senhor andava por cá ou estava distraído?! Há uns que são mais iguais que outros?! Estamos de acordo em que solidariedade...vou ali e volto e não encontro!
7. Lastimo o tom subserviente e servil do nosso "governo". Criado de outros senhores - que não ao serviço do Povo que o elegeu - andamos numa fona a tentar espezinhar os Portugueses por todas as formas desde que tal dê "imagem" "lá fora"! Que me interessa como Português a consideração que receba o PM se isso resultar do total aviltamento de uma Nação velha de séculos e da espoliação, a mando, de todo o Povo, para pagar as dívidas de meia-dúzia de barões que se rebolam com todo este frenesim ministerial! Andam a soldo dos mercados - essa noção de merda de que já nem conhecem a origem - para satisfazer os balanços dos capitais em bancos absolutamente privados! Onde foi gasto todo este ror de dinheiro que dizem agora que NÓS devemos?! (Quando se tratou de lucros, só alguns se candidataram à receita - aliás, os mesmos de sempre). Andamos a tentar imitar o "bom aluno"?
Foram tudo mentiras e jactâncias eleitorais que se desmascararam em poucos dias. Todo o Povo enganado! Vivemos agora com o PEC IV, o PEC V, ..., e ninguém se insurge! Fomos convencidos ao bom-comportamento, à submissão, à abulia!
8. Queríamos um País socialmente justo (falávamos de social-democracia como paradigma), criou-se as condições políticas, desenvolveu-se o conjunto de sistemas que permitiriam a sua consecução, cumprimos com trabalho, pensávamos que usufruiríamos desse bem-estar para o qual trabalhámos! Fomos enganados?!
Afinal a TSU é a culpada! O consumo privado é o culpado! O nível de vida sustentado e sustentável é o culpado! As condições sociais vigentes (agora em vias de extinção) são as culpadas! E nada se diz sobre a invenção de Bolsas de Valores e seu Carnaval e Casino?! E os "produtos" ditos financeiros que são lixo e que se venderam e constituíram garantias suficientes para o regabofe das negociatas interbancárias? E os intangíveis "produtos" que se trocam por fortunas entre os senhores do regime? Por que será que de manhã os belmiros deste mundo valem ouro nas bolsas de por aí fora e à tarde já nada valem? Que jogadas e que jogadores estão envolvidos nesta forma de fazer fortuna? Onde andam os políticos tesos capazes de promulgar directivas eliminando todo este engano? Onde a coragem política de dizer "basta!" a tanto assassino de luva branca? Não vêem a miséria que se está a gerar? A violência fomentada pela fome e pelo desepero? Que mais grécias querem? A receita das troicas está a resultar? Não é evidente que não? Quem é cego ou está interessado em tanta desgraça? São os juros que sobem em função das possibilidades de default - como os sacanas designam a banca-rota - que interessam a quem? E os novos produtos de swap?
9. Vem aí o Borges e a sua super-equipa mandar nos que mandam, a soldo não se sabe de que interesses (o Borges é o da Goldman-Sachs, uma das empresas das trafulhices financeiras publicadas por esse mundo fora, base de toda a situação que atravessamos, como noticiado), vigiar os investimentos públicos (pensávamos que já estavam sujeitos a organismo próprio instituído para acompanhamento no âmbito do TC, i.a., das PPP, ao PGR e Judiciárias; - afinal não?!), com independência do Governo (mais uns). Gostávamos de ver o contrato chorudo que o levou a por-se de fora do FMI tão asinha! (a Senhora Lagarde lá sabe quem quer manter, ou não, como colaboradores?!).
Votaram nele? Eu não!
E o Parlamento - o nosso caseiro - não se insurge com estes atropelos constitucionais?! Ou é mais uma de competência exclusiva do Governo?! Vergonha!
10. Só nos anima o Hino Nacional: "Às armas! Às armas/ ... Entre as brumas da memória/ ..."
11. É altura de esclarecer que tipo de Estado temos! Que tipo de Governantes admitimos!
12. Já passou quase um século desde o ultimato da Áustria/Alemanha à Sérvia. Será que aprendemos alguma coisa?! Ou andamos distraídos da História! (Agora é mais televisão, não é?!)
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