DUAS OU TRÊS
COISINHAS
Primeira coisinha: “Privatização” da RTP
O Governo manda estudar e definir
o “serviço público” por um grupo de “gurus”
da generalidade e, ao que se sabe, deu bronca! Ficámos sem definição de “serviço
público” – muito necessária, a definição, para que o mesmo (é assim que se diz
agora) seja quantificável e valorizável! Assim, a comunicação social (diria
melhor: os “média”!) fica sem métrica oficial para a estatuição dos mais
diversos requisitos de venda … da RTP!
Como se ficou neste “limbo”,
passa-se à fase seguinte: atribuição a um “guru” dos negócios mais que
privados, da tarefa de definir qual o “modelo” de “privatização” da RTP. Na
ausência da definição prévia do predito serviço, o “guru” entendeu que havia
vários modelos, entre os quais mais uma concessãozita!
Não é que a coisa da concessão –
em si - tenha algo de mal; até andámos 99 anos a comunicar com Anglo Portuguese Telephones no exercício
de uma coisa pública usando o domínio privado; andámos mais 99 de CARRIS e
ninguém se queixou do serviço! Havíamos agora de nos queixar de receber
informação concessionada?! Não temos assim tão má boca! A questão está em
garantir a “virgindade das meninas dos telefones”…e aqui é que parece que a
porca torce o rabo! (Passe, por favor, a paráfrase. Sem melindres.)
A questão é que o senhor que
dirige a RTP conseguiu que o caloteiro
do Estado lhe entregasse toda a maquia que lhe devia para suprir os buracos da
prestação da tal coisa indefinida e indefinível que se designava por serviço
público – repare-se que o único accionista é o mesmo Estado que não entrega à
referida RTP os capitais comprometidos na realização daquela coisa etérea e que
custa uma pipa de massa. Não contente, o referido senhor ainda mandou descer os
calotes e fazer “grelhas” mais consentâneas com a prata da casa…e surgiu o
milagre: o dito indefinido passa a ter superavit
em 2012 continuando, segundo os “forecasts”
financeiros – que é assim uma maneira de ver ao longe mesmo sem óculos – a manter
esse “trend” nos anos vindouros.
Claro que o “trend” tem a ver com outra “vision”
a qual é manter a taxa sobre os contribuintes: 144 MILHÕES de EUROS anuais, por
causa do indefinido público!
Em termos redondos: são 20
MILHÕES por ano superavitários que o coiso consegue mesmo procrastinando a
definição da sua substância! É obra! Só este presidente da RTP seria capaz de
pôr o relvas em pulgas! “Então agora que a gente ia privatizar – com a desculpa
de que o indefinido inconjugável era um factor de desvios colossais – vomecê vem
à praça dizer que tem lucros já em 2012 e continua p’ra diante na mesma
bolina?!”
Vai daí: “Oh, Sachs! Nada tens a
arrazoar sobre o assunto?“
E o Sachs vem de lá com esta: “faça-se
uma concessãozita, pois tenho estado entretido com as PPP e acho que mais uma
que dê lucros privados é bom para a economia! É preciso criar empresas com
músculo! E, como é sabido, o Estado não tem feitio para gerir actividades
empresariais.“
(Aqui chega o verbo do costume,
na lenga-lenga conhecida, para o qual o melhor exemplo da gestão privada é a
merda em que estamos todos metidos! Quem geriu os bancos e os levou à
banca-rota? E agora quem os salva…desculpas sistémicas à parte: o contribuinte!
Ponha-se o Estado a taxar – que é o que sabe fazer, como o Sachs diz e seus capangas
– que cobre-se já todas estas “imparidades”! A gente está a ver quem os pariu,
não está?)
Mesmo com a evidência a
entrar-lhes pelos olhos, justifica-se a concessãozita! E é assim para se
garantir o predito indefinido do coiso público cuja substância se deixará ao
concessionário definir, pois para isso toma lá já 140 MILHÕES de EUROS de
avanço…com a garantia que isso te dá já um lucrozito marginal de 20 MILHÕES!
…e a lata com que este Sachs vem
dizer que pode ser interessante para
um privado esta concessãozita! É tão fácil gerir com a beiça na mama da gente!
Privatizar, canònicamente, não! Temos que manter a teta do contribuinte a
escorrer o leitinho para o abstracto concessionário! Senão lá poderia lixar-se
a renda!
(Voltando “às meninas dos
telefones”: preciso será acabar com algum desbragamento nos salários e ucharias
funcionais - quiçá outras coisas menos evidentes mas rentáveis; dar por findo o
monopólio imagético e comunicacional de alguns sacerdotes e sacerdotisas do
templo e a coisa estava a compor-se sem necessidade de tanto arruído! Mas tudo
isto desnecessita privatizar ou concessionar! Está dado o exemplo! Aliás, uns
certos ratos – elas também -fugiram do barco há tempo, salvaguardando conezias
e procurando-as noutras aras!)
Concluindo: sem se definir o
coiso e a sua substância, a sua natureza e o seu perímetro (que frase!), e
mesmo sem isso e apesar disso, ou talvez por isso, “recua-se”, estratègicamente,
de uma privatização e assumpção de riscos…e avança-se para a mamadeira!
Qualquer licenciado no campo grande percebe isto, mesmo com equivalências: a
mama é mais segura!
Quanto ao indefinível coiso
etéreo e problemático…vai para contra-partidas: o contrato estabelecerá que por
144 MILHÕES de EUROS anualmente (mamados ao contribuinte) o cidadão ficará a
saber, enfim, que por este preço até já saberá o que é o coiso (sem grupos de
trabalho e “briefings”): é tudo o que
o concessionário puser no éter desde que o faça durante 54 minutos/hora!
Estes gajos do governo da nação é
que têm os livros!
Segunda coisinha: o gaspar
…eu até escrevi em letra
minúscula porque me parece que ele está a diminuir! “Eu não minto. Não engano. Não ludibrio" [in http://www.dn.pt/politica/interior.aspx?content_id=2507432]
Depois de tanta promessa, conta, OE e OE rectificativo (antes de entrar em
execução!),;2013 é que sim!; 2012 são 4,5%, etc. etc. Afinal, como agora se
diz, os Portugueses responderam – apesar das inconstitucionalidades, ninguém
fez arruído de monta, não houve arruaças nem bombas, toda a gente educadinha (o
Salazar era um educador nato que legou a estes senhores um povo reverente e
agradecido, e ainda querem dizer mal dele e dele!), toda a gente esportulada,
gente com fome, gente sem casa, gente com a vida destruída, futuros estrepados,
gerações destruídas, investimento público mandado às urtigas – trabalhadores qualificados
pelo Estado/Educação postos na fronteira, nas novas naus, atirados borda fóra,
vilipendiados – este senhorito deveria ter solicitado o seu apeamento, a sua
exoneração! “Não engano! Não ludibrio!”.
Qualquer gaiato com a aritmética “bem
tirada” faria melhores contas que esta sumidade! Então não se estava mesmo a
ver que se tirar no rendimento das pessoas não sobra para o consumo? Há
limites! (O Carrilho até tem um nome para a curva: Curva de Laffer! Ou um tem
mais de Keynes que o outro?! O Hitler mandava pôr um letreiro: “Arbeit mach
frei”! Aqui juntou-se a troica com estes patuscos – gaspar victor, sachs borges,
et alia – e puseram os letreiros na
fronteira! Está visto: quando só sair fumo…consumatum
est!
E vem este paradoxo de economista
ou lá que coisa é com figura de amanuense desusado gerir um País?! Onde
Portugal chegou!
E o internacional figurão dando
receituário sobre tudo: “é urgente diminuir os salários!” E o gasparinho vai
nessa…e é apanhado na curva de laffer!
(Aqui para nós, a Manuela anda a
rir a bandeiras despregadas em serões de cartomancia com os colegas do quelhas –
a propósito: aquela lição de sapiência sobre a Loja do Cidadão é de primeira
água! É uma lição de “assets management”
ex cathedra! Elementar, rasteira…e
paupérrima! É o cinismo personificado! “Não me sento no governo porque não
quero”…ou porque não tenho coragem e sou melhorzinha ao chá em Belém!)
Não há tribunal internacional
para estes experimentadores! É tudo permitido!
Terceira coisinha: o OE 2013!
…pequena coisinha. Antes haverá
um rectificativo – “porque a troica mandou”, dado não haver aqui adiamentos ao
cumprimento das obrigações deficitárias! E vai daí…não sei o que falta
espremer! Mas o etíope – que deve estar mais acostumado a andar a pé e a fazer
dieta (Antes! Sim, sim!) – deve trazer umas ideiazinhas fundadas no seu
empirismo vivencial!
Eu acho que mandando os
portugueses para fora, há menos necessidade de centros de saúde, de escolas, de
hospitais, de tribunais, de seguranças sociais com as suas imparáveis despesas com
o desemprego (os portugueses não sabem dispensar estes confortos), com as
reformas, os subsídios de integração, etc., e dessa maneira faz-se a reforma
estrutural pelo “lado da despesa”! Mas isto sou eu a achar!
Eles já começaram a discutir a
quem dar vacinas…vejam lá os adivinhos! Como o português está mais resistente
de saúde, vamos começar a ratear as vacinas, os medicamentos! Pois que vale um
português reformado, velho e com doenças?! Vale imparidades negativas! (passe o
pleonasmo). Assim, retirando do perímetro
das benesses os que mais consomem
disto, baixa-se a despesa e diminui-se o deficit!
(E eu que pensava que, depois de Hitler, estas questões tinham sido enterradas
(literalmente)!
Na mesma linha de pensamento:
acabe-se com os dias de licença por maternidade /paternidade – eu acho que é um
desperdício! Mas isto sou eu a achar! - de forma a desconvencer estes
hedonistas que só sabem fazer crianças (e mal, e mal! O ratio já vai em metade da U E! Onde Portugal chegou! Até o Cavaco
já manda bocas a dizer que é preciso reensinar os portugueses! Vejam lá o que
se anda a esquecer! Qualquer dia não comem, por esquecimento!), com o direito a
baixas por doença (se estão doentes, trabalhem que o trabalho é fonte de
saúde!), com as férias (férias para quê? Vão fazer o quê, onde, como, com quem,
a que preço? Estas interrogações são o básico!), feriados…e vão ver que o
pessoal desiste: ou foge, ou morre, ou definha…e acaba-se depressa com a despesa!
O mal, o mal a sério, é ter convencido estas cabecinhas que viam os nórdicos
passar por cá em férias que se podia fazer o mesmo! Mas ‘tá-se mesmo a ver que
se não és louro nem sardento não podes, não tens o direito de pretender esticar
o corpinho (ainda por cima – e por baixo – mal feito!) no areal!
O problema, aqui para nós fica assim
resolvido!
(E vai ser uma gozação ver os
loiritos alemães quererem uma bola-de-berlim na praia e o portuga ter-se
pisgado e não haver as ditas e outras coisas que eles vêm cá procurar!)
Agora que ninguém viu o Tribunal
Constitucional dizer – nem li – que se deveria estender o assalto ao 13º mês
dos privados (e ao 14º) para a coisa ficar mais constitucional, é verdade! Eles
não disseram (se o dissessem estavam a governar, o que é proibido aos
Tribunais!) nada disso! Os senhores gaspares é que ficaram eriçados com a
descoberta da caramunha e agora querem vingar-se! (São mesmo má-raça, estes
amanuenses da penica!) E atirando com o odioso para os rattons vão congeminar uma série de tranquibérnias (com as costas
aquecidas pela troica!) para esganar o pessoal todo por igual (ou seja, mais
por igual uns que outros, porque ainda não chegámos à madeira!). Prepara-se o
assalto final e a roubalheira do despojo será épica! Desde que o gaspar
entregue 4,5% nas contas – com o “cartaz” da liberdade por cima! Chegámos ao
ponto de os homenzinhos, de os cinzentos, de os sem alma e sem pátria, os “coninhas”, quererem mostrar sabedoria e
esperteza…e estão-se lixando para o Zé! E ainda dizem que
é a bem da nação! (da deles, certamente!).
No fim das férias deles…vamos ver
o que passa!
Aposto que com o exemplo das compensações
pelo dióxido de carbono…vai haver multas para a ventosidade; contra-ordenações para
quem respirar aceleradamente e consumir mais oxigénio do que o tabelado; taxa
sobre o volume expirado de CO2; taxas para inumação por ocupação improdutiva do
solo e libertação de metano; taxa para ligar e desligar o telemóvel; taxa sobre
sms; etc. (sobra alguma coisita ainda?); taxa específica sobre o pagamento do
IRS (IRC, não! isenção para incremento da economia) progressiva para não ser
inconstitucional (e taxa, porque é proibido imposto sobre imposto, estamos a
ver); taxa sobre o valor depositado no acto; taxa sobre o valor levantado da
conta e por acto; taxa sobre os jornais; etc. A imaginação daria para mais, mas
escusamos de sugerir, não é?! Sei lá: taxar, per capita, pela diferença do deficit
acordado e o deficit verificado! Acho
que é bom! Maior deficit, pagam todos
por igual (é constitucional, artº 13º da CRP – a menos que os rattons achem, outra vez, que a
igualdade constitucional não é interpretável em português – de vez em quando é
o que fazem).
A gente depois vê-se!
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