segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

FUNÇÕES DO ESTADO


OS IMPOSTOS E AS FUNÇÕES DO ESTADO

 

Se se privatizasse o Estado – isto é, a organização e as funções que ele exerce – haveria impostos?  Penso – mas quando eu penso muita coisa pode estar certa, é um sentimento que tenho – que não!

Cada um – neste Estado Privatizado – pagaria pela aquisição de um bem o seu valor de mercado. Certo?

Então é assim:

Interroguemos: o que é um bem?

Para a sua definição, a empresa Estado Privatizado (EP) vai ter de adjudicar a um consórcio de cientistas de Direito (o que é isso, o Direito num Estado Privatizado – EP- ?) e de outros cientistas positivistas, a definição da “coisa”…se a sua definição não representar um exagerado ónus financeiro para o EP, logo à partida; porque se for…bem, a “coisa” não vai para diante se não houver uma perspectiva de retorno (financeiro, digo eu) e capaz de suprir esse ónus inicial. Se a “coisa” não tiver rendibilidade, afasta-se do lote dos “bens” do EP e passa-se a outra “coisa”, repetindo o ciclo.

Admitindo que a “coisa” ficou correctamente definida (admitindo – que isto de Direito só alguns entendem como se percebe pelas PPP, não é?!) – e tem retorno (o retorno imediato começa logo por ser percebido pelos cientistas envolvidos na sua definição ontológica), passa-se à sua regulamentação.

Aqui, quando se fala de regulamentação da “coisa”, convém convocar apenas certos grupos de cientistas de Direito do campo ontológico da “coisa”, pois trazer à colação arraia miúda … é capaz de dar menor retorno e não ser tão elaborado o corpus normativo que o garanta; aliás, deve haver mesmo uma forte especialização na elaboração deste corpus, pelo que o EP deverá, por via disso, obter sempre o parecer dos seniores evitando-se a interpretação corriqueira e de menor conhecimento ontológico da “coisa”, pois não deverá o vulgo ser julgador dessa regulamentação sob pena de a regulamentação ser subvertida por inadequada tradução para vulgar (passe a tautologia, por favor).

Na sequência do que deve haver a natural passagem para uma entidade organizacional  capaz de dar suporte à “coisa” e garantir o cumprimento da regulamentação – aliás, como nesta deve conter-se.

Aqui chegados, far-se-á o recrutamento dos colaboradores estritamente necessários ao cumprimento da missão e capazes de se adequarem a um processo de socialização e de identificação com o espírito da coisa, ou seja, capazes de executar as funções da organização reflexo da regulamentação da “coisa” ontologicamente definida; e a sua dotação com os instrumentos mínimos e de máxima eficiência tendo como missão a teleologia da “coisa” e, muito naturalmente, visando o retorno esperado.

Naturalmente que a entidade organizacional deve gerar retorno para o EP, pelo que o custo da sua sustentação deve estar contido no preço do bem … de preferência gerando um valor superavitário necessário à remuneração dos seniores que poderão ter de intervir na interpretação do corpus normativo – e terão sempre, como é habitual – ainda que intervenham os juniores (obviamente, sempre com supervisão dos seniores, garantindo um treinamento … e uma maior disponibilidade destes para a definição de outro bem que venha a ocorrer ao EP).

Mas a definição de preço do bem exige uma definição de clientes, do nicho de mercado a que o bem se destinará.

Consequentemente – ou antecedentemente – esses clientes devem estar no perímetro de influência ou de captura do EP, de forma a garantir o mercado necessário ao retorno pretendido.

Para tal, os seniores terão definido a ontologia da coisa incorporando a sua necessidade na teleologia de seu suporte; o que implicará a incorporação da esfera de acção da “coisa” e dos seus destinatários naturais (digamos assim).

Aonde chegados, teremos de conquistar o tal nicho de mercado – para o que a entidade organizacional estará dotada dos tais meios.

Pronto: a “coisa” tem existência e tem mercado. O bem é “útil”! (até ver … como tudo na vida).

Passando a exemplificar:

A Constituição da República Portuguesa é um bem?!

Num EP, obviamente que não! É, até, uma completa aberração!!

Logo no artº 1º se estabelece um limite incompreensível à natureza do Estado! Veja-se:

Portugal é uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária.”

 Porquê Portugal? Porquê República? Porquê soberana? Porquê dignidade humana? Porquê vontade popular? Porquê sociedade livre? Porquê sociedade justa? Porquê solidária?

a)      Só PORTUGAL dá um trabalhão sem qualquer retorno – a não ser à “chapada” física ou financeira! Está velho – com quase 900 anos – pelo que os seniores entendem não rentável! É de elidir como bem.

b)      República configura um regime de organização social cujo é um desperdício em rores de dinheiro sem qualquer retorno palpável. É uma entidade organizacional com mofo (já o Platão falava nela, e onde ele já vai!)! É de elidir como bem.

c)       Soberania é o que se vê: é um correr de dinheiro (sem retorno!) que brada aos céus! É de elidir do rol de bens.

d)      Dignidade humana é uma obsolescência! Não existe uma dignidade humana e os seus defensores ou são néscios ou ludibriadores. Só os teóricos diletantes se entretêm com ela. Desde que se introduziu na esfera do Estado, passou a ter de se garantir um salário para fazer; ou por não se poder fazer alguma coisa de mais ou menos utilidade (ou nenhuma!). É um desperdício. Elida-se do rol!

e)      Vontade popular é um dos tais travões ao progresso: tem de se atender a todos – sábios e ignorantes – e se se pretender uma opinião tem de se montar um sistema que permita acabar com a iliteracia. Isto tem custos sem retorno palpável na maioria! Elida-se do rol!

f)       Sociedade livre é das tais coisas que foram inventadas baseada na liberdade da pessoa … e acabou na guilhotina. Não pensam acompanhar-nos ao patíbulo?! Elida-se!

g)      Uma sociedade justa é aquela que se empenha constante e permanentemente em dar a cada um o que é seu. Ora o que é meu é meu, e desta aporia estamos fartos! Elida-se da lista de bens!

h)      Solidariedade é o quê? Não estamos mesmo a ver a mãozinha da caridade nesta coisa de solidariedade? Mas qual é o retorno? É dar o que se tem a quem não tem? Mas isso tem retorno? Se o que não tem não tem, como vai retribuir?! Elimine-se esta solidariedade!

 Feita esta análise pelos seniores – mormente se forem carecas, etíopes ou estrangeiros (o que vem lá de fora é sempre melhor) – sobre o artigo 1º daquela coisa embrulhada que dá pelo nome de Constituição da República Portuguesa, estamos em crer que escusamos de entrar pela análise do articulado seguinte. O que quer significar que mui asinha se pode definir as funções do Estado desta “coisa” que o Afonso (não, o de Portugal) nos deixou de herança para interpretação coetânea. Feito o exercício sobre o rosto do documento, e dado que tudo o mais é seu sucedâneo, verbalizado e glosado por formas diferentes em termos do que for consoante o epítome, podemos afirmar, sem qualquer laivo de necedade nem de senectude:

Que tudo o mais “vá p’ró diabo”!

Ou seja, não sendo etíope – nem Prestes João com que nunca nos entendemos -, parece-me que temos o Coelho, nosso PM, com a vida facilitada! Não precisa de ser muito entendido – evita aquela dislexia toda sobre a gratuitidade do ensino – para a partir daqui ficar com a vida simplificada: basta-lhe suprimir o artigo 1º da CRP (o Senhor D. Duarte até lhe vai agradecer publicamente a supressão, e apenas, deste espartilho) que o restante é palha (isto é em linguagem vulgar: os sapientes podem ornear à vontade!) … e desde que não haja muita fome…

Depois … é só paisagem libertada (ermada - herculanice) destes chatos que aqui pululam!

E não ligue ao rei Gaspar I: ele é um “empata”, com fixação na colecta dos impostos, quando o nosso Primeiro pode ter um território de primeira para pôr a render com títulos de 1ª classe nas bolsas do mundo! Já viu: um senhorio sem arrendatários é um homem livre!

Não, não custa nada! A minha conta?! Não vale a pena. Desta vez vai de borla! Para a próxima, formo uma JPXL (tamanho crescido) e mando a conta “consoante”! Mas isso só se o nosso Primeiro tiver problemas ontológicos ou erisipela (“A erisipela é uma infecção dermo-hipodérmica aguda, não necrosante, geralmente causada pelo estreptococo β–hemolítico do grupo A. 


 
Apenas, com vénia, e se me permite o nosso Primeiro: veja lá se o gaspar não é um estreptococo β–hemolítico do grupo A, pois aí é que a porca torce o rabo – em linguagem vulgar! Faça uma prevençãozinha, de cada vez que ele se aproximar!

E cuidado com os etíopes, pois parece que a Eritreia é de má companhia à Etiópia e o “gajinho” – o etíope – é capaz de andar com a febre amarela, o careca com a febre dos fenos, e o estrangeiro é capaz de não saber nomear, correctamente, o ”là bas” e andar a distribuir a receita aumentada e revista dos gregos! É um “supônhamos”!

 
Saúde, sim?!


Post scriptum:
1. Quando tiver problemas de saúde sérios e lhe puserem na frente uma contazinha do tamanho daquilo que não tem no mealheiro, nem agora nem no futuro mais próximo (gasparices), talvez perceba por que razão anda tudo a congeminar uma nova refundação … de Abril! Não, não é necessário reforço de coisa nenhuma! (Pergunte ao escrivão da puridade, o gaspar, que ele sabe que os Portugueses são o melhor Povo do Mundo! Sorte é ele ser estrangeiro!). Coisitas do Estado Social!
2. Estava a querer dizer que, na ermação que se vislumbra, escusamos de discutir impostos ou estados sociais. Que me diz?!

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