terça-feira, 8 de março de 2011

AINDA SOBRE OS "BOMBÊROS" DE MOURÃO E OUTRAS COISAS DA MARGEM ESQUERDA DO GUADIANA

Se insistes, e dado que a nossa Deputação já leu, como me informas, então publique-se, com a vénia devida. A modos de carta aberta, como há para aí quem muito use deste estilo epistolar.



À consideração dos Deputados


Muito agradeço aos Deputados do vosso Grupo Parlamentar o esforço que queiram pôr nesta questão, pois é gravosa a desertificação que se vai fazendo deste País por via do “retira isto, retira aquilo”! São serviços à comunidade que, por razões de equidade do espaço nacional, devem a todo o custo ser mantidos.


Se se governasse apenas numa óptica de custos, a DEMOCRACIA deveria ser eliminada por constituir uma aberração financeira.

Explico-me:

• Quanto custa uma Junta de Freguesia?

• Quanto custa uma Câmara Municipal?

• Quanto custa uma Região Autónoma?

• Quanto custa, enfim, o Parlamento?

Não teríamos muito menos dívida do Estado se “fechássemos” todos estes constituintes do tecido democrático?

Uma DITADURA ou uma AUTOCRACIA é mais barata (refiro-me a custos de estrutura, entenda-se).

• Quanto custam actos eleitorais?

• E referendos?

Estamos em tempo de revisão constitucional; pelo que seria bom ponderar estes custos de estrutura e decidirmos:


queremos um regime com DEMOCRACIA ou queremos um regime MAIS BARATO?


Nota: Os senhores que nos (des)governam dizem que vão fazer qualquer coisa para manter o deficit nos termos acordados com a U E (ou em obediência à Fraulein Angele - digo Fraulein por me parecer incasável!)


E isto para não falar já no dito ESTADO-SOCIAL. É CARÍSSIMO!

Mas não foi este o paradigma escolhido pelos Portugueses? Então, se há cortes a fazer, façam-se nas despesas de estrutura inúteis e de ostentação!


Ouvi dizer que os Ministros, e demais governantes, em Inglaterra, passaram a deslocar-se em transportes públicos (não seria novidade, pois nos tempos da tão apregoada ética republicana, o Presidente Bernardino Machado – se a memória me não atraiçoa – ia para Belém, para o Palácio Presidencial, de carro eléctrico (não, não era o “leaf”; era mesmo o “tramway”) acotovelando-se com o Povo que o tinha eleito, e não consta ter sido, por isso, desprestigiado – pelo contrário), sem demagogia.

Acabe-se com os almoços e jantares “de trabalho”: coma-se como qualquer cidadão, por conta da remuneração do cargo, no restaurante ou balcão da esquina.

Em vez de um Chefe-de-Gabinete e 4 Secretárias (de duas pernas), mantenha-se uma Secretária/Chefe-de-Gabinete.

Peçam-se os estudos à estrutura da Administração da especialidade, evitando os “outsourcings” de amigos e para amigos.

Façam-se os diplomas nas estruturas jurídicas do aparelho do Estado e não nos caríssimos e sobranceiros escritórios de advogados/consultores que só vivem desta “mama” estatal instituída (passando atestados de incompetência aos juristas, e bons, que existem no aparelho do Estado).

Acabe-se com a vergonhosa proliferação de empresas detidas pelo Estado (como único sócio ou maioritário) onde gente sem escrúpulos se auto atribui remunerações sem justificação (Qualquer Português saberia gerir um monopólio! E fazê-lo render para o Estado e não para riqueza de alguns! É o dinheiro dos contribuintes que se usa descaradamente em ucharias e remunerações das Arábias – ao serviço de cadeias de hotéis de luxo, em negócios privados com os rendimentos públicos; ou em BPP e quejandos!).

Ponha-se as estruturas do Ministério da Agricultura a trabalhar com as populações campesinas, planeando, projectando, apoiando tecnicamente, novas produções agrícolas e pecuárias e novas unidades de produção agro-pecuária no País deserto e carente destes apoios!

Não é dar subsídios para “set aside” como se vem fazendo (orientações bruxelenses para evitar concorrências aos “latifundiários” franceses da dita PAC) e deitar abaixo as contas nacionais por excesso de importações de produtos agro-alimentares e pecuários (até para comer, Portugal é deficitário na produção, com uma “paisagem” imensa parada e infértil por regulamentos comunitários).

E depois a dívida externa a crescer…e o País parado!

O que é que se tem feito em prol do regadio no Alentejo (em torno do regolfo da barragem do Guadiana em Alqueva)? Canais de irrigação!

E isso chega?! Ou manda-se vir os espanhóis para cultivar?!

Há um Alentejo carente de apoios qualificados para se relançar…enquanto houver alentejanos, que estão em vias de extinção com as políticas “de criminoso incentivo ao abandono”.


Fecha-se a Junta de Freguesia, porque já não há fregueses – o que se fez para que houvesse?

Fecha-se a Repartição de Finanças pois é diminuta a renda de impostos e contribuições locais! O que se fez e incentivou no tecido produtivo para aumentar os réditos e os contributos? (Fez-se foi acabar com mais uns residentes/consumidores na região).

Fecha-se a Escola Primária porque não há crianças! – O que se fez para atrair progenitores/conservá-los?

Fechou-se a Junta, a Repartição, a Escola!

Fecha-se o Centro de Saúde porque é demasiado para a população existente! Mas o que se fez para não fechar o Centro de Saúde?

Criaram-se incentivos para trazer gente para o “deserto”? NÃO!!! Fez-se tudo para o desertificar ainda mais!

Fechou-se, inclusivamente, a linha férrea, pela qual, diàriamente, se acedia a outros centros urbanos para satisfação de necessidades primárias: ir ao Liceu, ir ao Médico diferenciado, comprar um livro, ver um espectáculo, ir à feira de outra urbe, etc.

Deu-se outro meio de transporte à localidade? NÃO!!!

Acabou-se com a Guarda Fiscal, por derruir a fronteira política. E agora é menos uma força de segurança local com os seus efectivos criando laços e raízes localmente, incrementando necessidades!

Seguir-se-á a Guarda Republicana, tendo em vista rácios baseados em capitação?! E depois fala-se de níveis crescentes de insegurança no interior!

Menos gente, menos Pais, menos filhos, menos parentes, menos suporte familiar…sai LAR de IDOSOS!!! A grande instituição da Província abandonada!!

E os chavões de “serviços de proximidade” a “gerar” falsas expectativas nos ditos servidores de proximidade!

Onde estão as estruturas para seu apoio?

O Médico foi-se! O Enfermeiro, atrás, abalou!

Agora que só sobram Bombeiros Voluntários (até ver)…ficam com as dívidas e encargos de suporte GRATUITO a uma população carente de apoios e de laços familiares (procuraram outras paragens onde tivessem Escola, Liceu, Médico, Enfermeiro, Repartição de Finanças…).

Estruturas de produção? JÁ NÃO!! MÃO de OBRA – como se costuma dizer – foi-se!

No caso concreto – MOURÃO (Província antiga do Alto Alentejo) – havia (houve) em tempos uma “Fábrica de Papel”, onde se produzia pasta de papel, que a fábrica não era do dito; depois veio a subida das águas do Rio Guadiana (não, não há nenhum Rio Alqueva!!) e afogou-se a dita fábrica.

Promessas de nova Fábrica, em Decreto-Lei (e tudo muito bem “arrumadinho), e lá se ia dar trabalho aos espoliados chefes de Família.

GUTERRES (o Alto – não muito - Comissário para os Refugiados) foi lá “plantar” a primeira pedra da nova Fábrica (Gescartão ou coisa quejanda): foguetes, bandeira nacional (“Morgadinha dos Canaviais” diz alguma coisa?) e placa de inauguração por S. Exª, mas a pedra não medrou! (Coisas d’outro Engenheiro, que não era Agrónomo, pelo que não admira) O calhau não teve meio de crescer e florir!

Então, mais negociata menos negociata, lá se passou a coisa para o Belmiro (outro que não é Agrónomo)… e também não floriu!

Passou-se o “calhau” a terceiro…que tratou de “o” podar cerce!

Promessas SOCIALISTAS no seu melhor (o agora Engenheiro e Primeiro M teve a mesma escola de oportunidades, òbviamente).

Vistas as coisas sumariamente, onde havia duzentas – 200 - famílias com trabalho, passou-se a 4 – quatro!! – e no fim 0 – zero! E isto com Decreto-Lei e tudo!!!

Claro, são 200 crianças que vão acompanhar os Pais para outras paragens, procurar outras escolas, outras Repartições, outros Centros de Saúde, outros…outros… É o SOCIALISMO no seu melhor! (Isto depois da devastação dos “amanhãs que cantam” que destroçaram as esperanças nas ditas matutinas horas!) Deixando por cá os “velhotes” com o “seu” muito “querido” LAR de TERCEIRA IDADE!!! Dá dó ver esta governação!!

Agora espera-se, por aqui, que o “nosso” Alto-Comissário venha aqui tratar dos Alentejanos Refugiados – os AR - (criando uma Alta Autoridade para Promoção e Integração dos Alentejanos Refugiados nos Coitos de Alqueva -AAPIARCA) com supervisão da ONU – pois é uma raça em vias de extinção (não tão importante como o Lince da Malcata ou Peneireiro de Dorso Cinzento e Papo Negro, ou similar, que ainda temos a noção das coisas) com importância Mundial pois tem um Património Imaterial a preservar (o património material vai-se-lhe diàriamente com o cangalho e pés atados para debaixo da laje mais próxima se não se lhe acode urgentemente). Coisas da nossa “civilização”!

Era altura de convencer o novel Engenheiro Independente e PM (não confundir com Polícia Militar) a incentivar a criação de um e-alentejano (um mobi.alentejano é que não, pois destoava e era contra natura, certamente, no seu alto entendimento e por aqui não somos atrevidos) capaz de não chatear o Governo e não consumir muito, e recarregável ao Sol (isto é terra de “placas solares humanas” com muitas centenas de anos de renovação solar – antes das 8 horas de trabalho, até se dizia que o Alentejano trabalhava de Sol-a-Sol – e ainda não havia aquela gracinha que o Mexia pôs a renovar a sua energia! Por aqui era tudo honesto nisto de renovar! Hoje é que já não dá por mor da idade! Mas ainda carregávamos umas pilhas se nos mandassem para cá aquelas coisas que eles chamam de CEO (deve ser do novo acordo ortográfico!) muita bem-feitinhas e com elevado potencial de volta (sim Senhor, Volta – até era italiano e tudo e não se chamava Berlusconi).

Por mor dos Bombêros, agradeço que não haja distracções! Mourão, no Alto Alentejo, ali a caminho de Villa Nueva del Fresno (em Mourão pode comer-se na Adega Velha, no Bragança, e no D. Pipas – há outros também).Não seria desperdiçada uma visita política ao Alentejo para conhecer “in loco” o território. E esta terra. O Senhor Dr. Passos Coelho não haveria de desdenhar.

(Não, já não há por aqui daqueles comunas que comem crianças ao mata-bicho; esses feneceram em esperanças e em erros de pontaria política; aprenderam que há “mais mundo” que apenas foices embotadas e martelos obsoletos)

Com os meus respeitosos cumprimentos desejando-vos muita sorte na preparação e discussão desta agenda.

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As notas que seguem não seguiram, mas a tua missiva sugeriu-mas e resolvi pôr aqui uma adenda de considerandos. Nã sê qual vai ser a reacção ... mas dizem que acabaram com esta e então atrevo-me.

Nota 1: estará bem assim? Às vezes nã me acomodo, sabes, e depois sou capaz de ser um poucochinho inconveniente! Mas esta gente do Acordo Ortográfico há-de perdoar a gramática (será assim que se diz agora?), pois ninguém os entende na mangação em que andam por mor de chatear o PR com problemas fracturantes até que a molêra dele arrebente e dê uma de estratégia menos cooperante (será que se escreve com 2 "o"?!). Manda sempre, que nã se me dá de usar esta talisca na neti para as causas do povo, do bom povo portugês, e se for de Mourão, então até alargo a talisca para caber o provérbio todo! Coisas da prosódia, então dã-me um gozo ... Saúdi, até mais ver!

Nota 2: Quanto ao povoamento, eles dizem que o problema é geral no País, e acham que têm remédio para o caso: mandam vir uns imigrantes (daqueles que emigram das terras deles) e resolve-se a demografia! Mas isso é lá para as senhoras deles, que nós por aqui ainda trabalhamos em artesanato! Nã precisamos (por enquanto, é bom de ver, que o quebranto chega a todos com a idade) disso por aqui, na margem esquerda! E depois dá mau costume e dependência e violência e coisas "estranhas" que só os blocos mais à esquerda é que entendem, pois têm a ciência e o empirismo! Qu'a gente por aqui nã faz experimentações com humanos! Vá lá uns cruzamentos de mertolenga com barrosã (bem entendido, de sexos diferentes, se não havia fracturação)...mas isso é p'ró gado, nã é p'rá gente!

Nota 3: O "D. Pipas" chama-se "Pátio da Oliveira" agora.

Obs. Deve ter-se em conta que o texto precedente vai à revelia do acordo dito ortográfico, para evitar erros de palmatória e porque nã sê escreveri d'outra manêra, entendido? Não é uma coisa a modos de discriminação positiva, como "eles" agora dizem. É possível que esteja ervado - foi o que disse: ervado - de algumas expressões oralizadas, mas é o que se pode escrever, enquanto deixarem (já houve menos censura, lá isso é verdade; o nosso Primeiro, para começar os seus discursos/resposta até usa aquela muleta "A verdade é esta..." - muleta discursiva, diga-se, que das outra só fez uso quando deu uma de "fino" em Saint Mauritz em cima de uns "skis" alugados...para se encartar no desporto; mas isto tem mais que se lhe diga que a Independente e não se encarta ao Domingo e feriados qualquer um, ainda por cima engenhêro! - como dizia: "A verdade é esta" exclui qualquer outra, e é forma acabada de censura! O exemplo vem de "cima"!)

Da minha parte: saúdi...e munta calma para todos vocemecês e companha!

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