sexta-feira, 15 de março de 2013




O PARGO EM ÁGUAS TURVAS…OU UM POL POT TRANSVIADO


“Resultados mostram que planos de ajustamento funcionam, diz Barroso



Por Pedro Crisóstomo (Bruxelas) 15/03/2013 - 13:37

 

Presidente da CE diz-se convencido de que Portugal voltará a uma trajectória de crescimento económico.



Reuters

 O presidente da Comissão Europeia defendeu nesta-sexta feira que o programa da troika em Portugal está a ser “executado correctamente” e, defendendo que os planos de ajustamento na União Europeia “funcionam”, mostrou-se confiante nos resultados positivos da execução das medidas que acompanham o resgate financeiro do país.

Barroso deu a Irlanda e a Letónia como exemplos da eficácia da aplicação de programas de austeridade na UE, mostrando-se convencido de que Portugal voltará a uma trajectória de crescimento económico, porque, diz, é preciso olhar para os exemplos de outros países europeus para “mostrar esperança”.

O presidente do executivo comunitário, que falava na conferência de imprensa final da cimeira de chefes de Estado e de governo, em Bruxelas, comentou o resultado da sétima avaliação do programa da troika, sublinhando a “possibilidade de Portugal se poder financiar directamente” no mercado de dívida. Uma posição assumida no dia em que o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, anunciou que o Tesouro se prepara para realizar uma emissão de dívida pública de longo prazo nas próximas semanas.

Um dos objectivos do plano de resgate português, sublinhou Barroso, é esse mesmo: o regresso do país aos mercados. E, neste contexto, há razões para acreditar que o país vai cumprir essa meta do programa, olhando para o mais recente caso da Irlanda, também sob intervenção externa. “A prova de que os programas funcionam [foi dada ainda esta semana, com a emissão de dívida de longo prazo deste país]", frisou.



[O PÚBLICO viajou a convite do European Journalism Centre]”



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A “lógica” da oratória acima transcrita é absolutamente verdadeira e fundada na evidência – é bonito dizer assim, é hodierno tudo o que se funda na evidência! O programa funciona: cada vez que os objectivos se “perdem”, insiste-se no mesmo…para voltar a perder! Correctamente! Funciona! Este Senhor Comissário parece uma máquina de Turing! (perdoe-me Turing a sua evocação neste contexto…mas percebe-se?!) Ele e os seus comanditas! Já nos tempos do “livrinho vermelho” era assim: lia-se a página adequada…e a “coisa” funcionava! E ele insiste em manter-se na fé do livro! Iria lá desmentir os seus contabilistas e os seus recados!

Os exemplos que dá são…exemplares - (perdoe-se a tautologia)! Irlanda e Letónia! “Exemplos da aplicação de programas de austeridade na EU”…os Letões ouviram esta?! Os Irlandeses também?!

“Portugal voltará a uma trajectória de crescimento económico…”! O resultado do Livrinho Vermelho de Mao também conduziu a China a uma trajectória de crescimento económico! Este gajo – o comandita chefe – sabe História! É um portento! Houve aqui um pequeno lapso de memória – esqueceu-se da demonstração pela evidência – relativamente aos crescimentos económicos! Repare-se que se se aniquilar tudo o que está desempregado ou sem trabalho – os tais que estragam as estatísticas de sucesso – ficamos com mais facilidade em crescer, pois passará a haver menos “desperdício” no Estado-Social (essa coisa de subsidiodependência!) e com esse “superavit” faz-se adequado investimento para o crescimento! (Claro que o Pol Pot exagerou!! Mas há quem siga mais “à linha” a cartilha ou com maior flexibilidade!). Mais: se se lhe juntar – por evidência – o “desperdício” com as aposentações e reformas (não estou a falar do Jardim Gonçalves, entenda-se, que essa reforma tem um suporte jurídico – blindada por muitos pareceres e jurisprudência – de que a dos Cidadãos normais não dispõem, pois apenas se fundam no Estado de Direito Democrático) então será fenomenal a capitação do PIB! Não há Letão que nos “resista”!

Quando nos pomos a ouvir estes senhores que comem um bom “steak” na Place Brouckère, ou discutem os grandes problemas da Europa entre duas ou três cervejas, ou no piano-bar do Sheraton, ou toldados pela “grandeza” dos areópagos a que se dirigem, com o sentimento de que o Mundo lhes pertence e os venera…está tudo dito e feito! Engordam, incham e regurgitam “moules et frites” no enjoo da política mais cega!

Já sabíamos: fugir de Portugal a sete-pés enquanto é tempo! Portugal de tanga no seu melhor! O pargo escapou da rede e foi perorar para águas mais altas! Quero lá saber! Agora, adaptem-se aos programas e objectivos de austeridade! Cá por mim, não volto tão cedo!

Se ter este “português” como comandita em Bruxelas nos serve, como País, para alguma coisa? Está a ver-se! Quando fala é assim: ou apresenta a urgência de grandes medidas…que “morrem na praia”, ou é eloquentíssimo, como se pode apreciar! E está convencido! Em vez de dar um salto “là bas”, não! Perora de cor, é mais pedagógico, tem menos perigo…e vai-se servindo! E mantém aquele ar atarefado de presidir a uma ONG (sem ofensa!) com grande aparato e sem consequências! Está no seu papel de jarrão a quem ninguém dá qualquer importância! 

A Merkel liga alguma coisa ao que a dita Comissão determina ou propõe?! E o pargo ainda não se deu conta que anda a fazer papel de jaquinzinho em arroz malandrinho: papa-se todo e nem as espinhas se lhe cuspirão!

O mal é nós vivermos desta evidência (já disse que é moderno, agora?!): os programas estão a ser executados correctamente! Pessoas? O que é isso?! Dá juros?! A quanto?!

Pena é o pargo não se referir ao exemplo da Grécia – memória selectiva, a do senhor Barroso - …e esquecer toda a tranquibérnia que grassa (pela evidência) na restante Europa que se esgarça no silêncio conivente de quejandos colaboracionistas! 

Não seria altura de o pargo dizer algo de importante, como, por exemplo: “- A senhora Ângela faz o favor de se ater aos tratados e não exorbitar em “pas de deux”."

Pois até já dá nas vistas a conformação de um novo Eixo desgraçado para a Europa com a complacência dos nortistas (mas estes sofrem de falta de sol!) e de seguidistas de uma Alemanha – com a qual nada aprenderam, ou têm a memória curta, ou deixaram de estudar História (essa coisa que não dá emprego a ninguém!) – que tenta a todo o custo obter o seu “espaço vital” – como costumam, de há cem anos a esta parte, pelo menos documentadamente.
O pargo devia reflectir sobre a figura de nulidade que anda – por evidência – a dar ao cargo que ocupa (não desempenha)!

Lamentamos que este se chame Barroso e ainda por cima, por antinomia, Durão! 

Preferíamos um Português na Presidência desta Comissão Europeia…e não um deslumbrado pargo maoísta equivocado!

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