"No dia 22 de outubro de 2012, há pouco
mais de oito meses, dirigi-lhe uma carta em que assinalava a urgência da minha
substituição no cargo de Ministro de Estado e das Finanças. Agora, em meados do
ano seguinte, essa urgência tornou-se inadiável."
Correcto!
De facto se é urgente, é inadiável! Outra coisa não seria de admitIR! Ficámos a
saber que o PM já estava avisado pelo MF que era urgente substituí-lo e que os
males advenientes da sua manutenção no cargo são apenas de Passos Coelho, pois
o MF até queria deixar de incomodá-lo com o seu constante afastamento da
realidade! O PM é que ateimou com ele para se "aguentar à bronca"!
"A
oportunidade do meu pedido de demissão no outono de 2012 ocorreu após uma série
de importantes acontecimentos, entre os quais me permito destacar o acórdão do Tribunal Constitucional de 5 de julho de 2012 e uma erosão
significativa no apoio pública às políticas necessárias ao ajustamento
orçamental e financeiro na sequência das alterações então propostas à taxa
social única."
...pois
é: o acórdão do Tribunal Constituciona! Um importante acontecimento a destacar!
Esse empecilho do TC! Em Democracia não deveria haver tal Tribunal! Veja-se que
nem todos os congéneres são obstáculo à governação: no reich, a Fräulein Merkel
nada faz no plano externo que não submeta ao seu! Especialmente se tiver a ver
com "apoios financeiros"
ao "terceiro mundo"...que nisto de dinheiros públicos, a senhora tem
muito respeito pelo seu TC!
Não
fosse o nosso Tribunal Constitucional, e o País estaria florescente!
(Como
diz o Medina Carreira: "- Desde quando é que o TC percebe alguma coisa de
economia? Já não temos escudo nem podemos imprimir notas...e o TC ainda não deu
por isso!É que este TC é mesmo um obstrutor do progresso nacional!) [mais
coisa, menos coisa, disse o senhor Dr. Medina Carreira, que também gosta muito
de "power points"
e gosta de amandar "bocas tremendistas" mas não faz uma proposta
concreta - ele, também - para "melhoria" das coisas! A menos da
encapotada abolição do TC que ele acha uma "excentricidade"
democrática!]
"Numa crise de financiamento externo, estou convencido que o país devedor, em crise, tem
inicialmente de dar prioridade à restauração da relação fiduciária com os
credores oficiais e privados. Na ausência de um entendimento estável, a parte
devedora sofrerá custos económicos e sociais agravados. Aquando do início do
mandato do atual Governo, a confiança dos nossos credores externos necessitava
ser recuperada com urgência, tal era a gravidade da nossa situação; hoje, estou
confiante que o esforço deve ser dirigido à preservação dessa confiança, face
aos resultados alcançados."
E
foi este convencimento que originou o seu "mea culpa"...ou não aprendeu nada depois
de 2 (dois) anos de esquizofrenia?!
"As semelhanças entre a primavera de
2013 e o outono de 2012 são claras e marcadas."
Para
além de ser considerado o melhor ministro das finanças da UE...pouco lhe falta
para um doutoramento "honoris
causa" em meteorologia! As semelhanças são de mais um OE
inconstitucional?! Ou é chuva a mais que não deixa desenvolver a economia?!
"Como bem sabe, pareceu-me inevitável a
minha demissão na sequência do segundo acórdão negativo do Tribunal
Constitucional."
Pois,
ora essa! Um MF que não sabe o que deve em obediência à CRP - e sendo reincidente
- só se fosse (?) inconsciente é que não pedia a demissão!
Mas
esta é a confissão mais completa de conivência do PM - "como bem sabe" -
e desobediência consciente e assumida da inconstitucionalidade das medidas
propostas. Ou seja: "- Só sei fazer orçamentos do Estado sem o TC a sobrestar sobre o texto!
"Foi-me
pedido que continuasse para assegurar a conclusão do sétimo exame regular, a
extensão do prazo de pagamento dos empréstimos oficiais europeus e a preparação
do orçamento retificativo, necessário depois da prolação daquela decisão
jurisdicional. Aceitei então por causa da situação dramática para a qual o país
seria arrastado se essas tarefas não fossem realizadas."
Pediu-lhe?!
O PM pediu?! Que humildade!E por causa da situação dramática para a qual o País
seria arrastado!
E de quem é a culpa desde o início?! Demasiada submissão ao sr. Schauble e à
chanceler Merkel dá nisto! Tivesse tido a coragem de se opôr a medidas
inconstitucionais, a medidas gravosas de ressarcimento de dívidas de
"jogo" sem cuidar de saber o que era de Justiça...Aceitei, fiz o
favor de me não ir embora, eu, Vítor Gaspar! E tu, PM, pediste-me de forma
convincente!
"O sétimo exame regular está
oficialmente concluído. A extensão dos prazos dos empréstimos oficiais europeus
está formalmente confirmada. O orçamento retificativo está aprovado. As
condições de financiamento do Tesouro e da Economia portuguesa melhoraram
significativamente. O investimento poderá recuperar com base na confiança dos
empreendedores. A minha saída é agora, permito-me repetir, inadiável."
O
meu "trabalhinho está feito!" (... mas continua em paranoia: onde
está a aprovação do OE rectificativo?! ) "- Agora que destruí tudo...posso
ir embora antes que se zanguem a sério...que o melhor povo do mundo também é
capaz de fazer justiça!"
As
condições de financiamento melhoraram, o investimento poderá recuperar! Assim
"a minha saída é inadiável"! Então agora que está tudo bem, vai-se
embora?!`Há aqui uma "aparente" falta de coerência ou de honestidade
intelectual...ou de lealdade! " - Digo-te isto para ver se me safo a
tempo, que o fulano nada percebe de finanças e vai acreditar em mim...como até
agora!" [pensando com os seus botões, naturalmente] Ou seja, endividei
mais o País, enquanto aqui estive, pois "fui aos mercados" e os
"mercados" compraram dívida! Ficas com dinheiro até ao ano que vem
(se Deus quiser!) e se não gastares mais do que o que o "mercado" me
"deu" agora a juros baixinhos! "- vá lá, pá, eles só ficaram a
ganhar entre 7 e 10 vezes! O que é que querias?!"
"Relembro que apenas o Conselho de
Ministros extraordinário de 12 de maio recebi um mandato claro do Governo que
permitisse a conclusão do sétimo exame regular (o que ocorreu imediatamente a
seguir, a 13 de maio). A ausência de um mandato para concluir atempadamente o
sétimo exame regular não me permite agora continuar a liderar a equipa que
conduz as negociações com o objetivo de melhor proteger os interesses de
Portugal."
Ai
foi?! E o que andaste a fazer até agora sem mandato claro?! G'ande malandro?!
Diria César: "- Também tu, Brutus?!" A vida tem destas coisas!
Pensamos que estamos rodeados de gente decente...e sai um gaspar à liça! Partiu
a cantareira, foi deixado fazer o que entendesse (até OE inconstitucionais) e
agora vem com este desabafo! "Relembro"?!
Este gajinho não tem estofo moral nem coluna vertebral!
"Numa carta de demissão é imperativo
refletir sobretudo sobre as próprias limitações e responsabilidades. O
incumprimento dos limites originais do programa para o défice e a dívida, em
2012 e 2013, foi determinado por uma queda muito substancial da procura interna
e por uma alteração na sua composição que provocaram uma forte quebra nas
receitas tributárias. A repetição destes desvios minou a minha credibilidade
enquanto Ministro das Finanças."
Então
não se estava mesmo a ver que as medidas tomadas - e bisadas - conduziriam a
este "cenário"? [já disse aqui que com a minha aritmética, já lá
tinha chegado! Não preciso de ser o melhor ministro de finanças da UE...ou se
calhar seria, pois tinha antecipado a impossibilidade do caminho!] Há gente
entretida a minar MF! Ele, o insubstituível gaspar, só contribuiu com
o seu erro de previsão?! Ou foi a realidade que foi mais forte que a sebenta?!
De qualquer forma: lá vem como se deve escrever uma carta de demissão! É
obediente ao estilo!
"Os grandes custos de ajustamento são,
em larga medida, incontornáveis, dada a profundidade e persistência dos
desequilíbrios, estruturais e institucionais, que determinaram a crise
orçamental e financeira. No entanto, o nível de desemprego e de desemprego
jovem são muito graves. Requerem uma resposta efetiva e urgente a nível europeu
e nacional. Pela nossa parte exigem a rápida transição para uma nova fase do
ajustamento: a fase do investimento! "
O
homenzinho não enxerga! Qual a coerência intectual deste parágrafo?! É mesmo
"-Adeus" Governem-se!" [razão tinha Sua Excelência o Professor
Doutor António Nogueira Leite:"- Ele conhece as alavancas todas; já não
sabe é em quais mexer!"[de cor] Aí vem a fase de ajustamento que le,
gaspar, sacrificadamente preparou! Não havia outras políticas a defender junto
da troica?! - é verdade que ele relembra
que só teve mandato na semana anterior à da última sessão com o sei-lá-se-é,
mai-lo careca e o estrangeiro!
"Esta evolução exige credibilidade e
confiança. Contributos que, infelizmente, não me encontro em condições de
assegurar. O sucesso do programa de ajustamento exige que cada um assuma as
suas responsabilidades. Não tenho, pois, alternativa senão assumir plenamente
as responsabilidades que me cabem."
Naturalmente!
O descrédito das medidas é total...e o País está desgraçado! O sucesso exige
que "cada um assuma as
suas responsabilidades"! "plenamente" Que grande recado! "-Eu
desgracei isto tudo! Peço desculpa! Já não acreditam em mim! Então que venham
outros...e, já agora, a responsabilidade não é só minha!" Ou seja:"
todos deveriam fazer o que eu fiz: ir-se embora! Se o não fizerem...bem, é uma
questão de irresponsabilidade!"
"Liderança é, por vezes, definida como sabedoria e
coragem combinadas com desinteresse próprio. A liderança assim exercida visa os
superiores interesses nacionais que perduram de geração em geração. Fácil de
dizer, difícil de assegurar, em particular quando as condições são de profunda
crise: orçamental, financeira, económica, social e política. Sendo certo que
contará sempre com a inteligência, coragem e determinação dos portugueses,
cabe-lhe o fardo da liderança. Assegurar as condições internas de concretização
do ajustamento são uma parte deste fardo. Garantir a continuidade da credibilidade
externa do país também. Os riscos e desafios dos próximos tempos são enormes.
Exigem a coesão do Governo. É minha forte convicção que a minha saída
contribuirá para reforçar a sua liderança e a coesão da equipa governativa.
Pela minha parte, resta-me agradecer o enorme e
inestimável apoio que me prestou nestes dois anos de excelente cooperação.
Com amizade, lealdade e admiração do"
Assº
Vitinho [esta interpretação é minha]
Convenhamos
que este é o parágrafo "assassino"
deste pedido de demissão!
"-
Não tinhas nem podes nunca ter a qualidade de liderança! Eu é que mandava e o
resto do pessoal ouvia (embora começasse a haver refilice!) Agora tratas da
"turma" sòzinho e vê lá o que é que o Portas me queria que eu não
tenho jeito para aturar diplomatas! Para mim é mais números!"
É
A LEITURA QUE QUALQUER PORTUGUÊS FARÁ!!
(qualquer,
não! Há um irredutível em Belém que tem leituras mais consentâneas com a
"estabilidade política" - como
se esta fosse a vaca sagrada da Democracia!)
E
ainda nos "metem medo" com os juros, e os "mercados" e a
troica e o barroso aos berros em Bruxelas, e a merkel a gastar dinheiro aos
alemães a telefonar para Portugal como se isto fosse o "down stairs"
do Deutsche Bank ou a RDA original e os seus diktats
de democracia estalinista!
E
por aqui me fico!
A
PGR já sabe, por esta carta, quem assaltou o cofre, roubou os velhinhos, deu
cabo da Segurança Social ... e que é procurado por crimes de lesa-pátria, por
crimes de extorsão, de desobediência qualificada ao Tribunal Constitucional,
que deixou que se praticasse indemnizações aos banqueiros dos "swaps" em vez de os
denunciar um-a-um...etc., etc. ... e também fica a saber quais os coniventes! O
cabecilha (atenção à lição sobre liderança!) era gaspar!
Local
de reunião habitual: Rua Prof. Gomes Teixeira, 1399-022 Lisboa; `às vezes, e à
socapa, na Rua da Imprensa à Estrela,2, 1200-888 Lisboa!
Nota:
Maquiavel, o quê? Não! Falta-lhe "grandeur"!
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