sexta-feira, 5 de julho de 2013

UM SACANA PERFEITO??


"No dia 22 de outubro de 2012, há pouco mais de oito meses, dirigi-lhe uma carta em que assinalava a urgência da minha substituição no cargo de Ministro de Estado e das Finanças. Agora, em meados do ano seguinte, essa urgência tornou-se inadiável."

 

Correcto! De facto se é urgente, é inadiável! Outra coisa não seria de admitIR! Ficámos a saber que o PM já estava avisado pelo MF que era urgente substituí-lo e que os males advenientes da sua manutenção no cargo são apenas de Passos Coelho, pois o MF até queria deixar de incomodá-lo com o seu constante afastamento da realidade! O PM é que ateimou com ele para se "aguentar à bronca"!

 

"A oportunidade do meu pedido de demissão no outono de 2012 ocorreu após uma série de importantes acontecimentos, entre os quais me permito destacar o acórdão do Tribunal Constitucional de 5 de julho de 2012 e uma erosão significativa no apoio pública às políticas necessárias ao ajustamento orçamental e financeiro na sequência das alterações então propostas à taxa social única."

 

...pois é: o acórdão do Tribunal Constituciona! Um importante acontecimento a destacar! Esse empecilho do TC! Em Democracia não deveria haver tal Tribunal! Veja-se que nem todos os congéneres são obstáculo à governação: no reich, a Fräulein Merkel nada faz no plano externo que não submeta ao seu! Especialmente se tiver a ver com "apoios financeiros" ao "terceiro mundo"...que nisto de dinheiros públicos, a senhora tem muito respeito pelo seu TC!

Não fosse o nosso Tribunal Constitucional, e o País estaria florescente!

(Como diz o Medina Carreira: "- Desde quando é que o TC percebe alguma coisa de economia? Já não temos escudo nem podemos imprimir notas...e o TC ainda não deu por isso!É que este TC é mesmo um obstrutor do progresso nacional!) [mais coisa, menos coisa, disse o senhor Dr. Medina Carreira, que também gosta muito de "power points" e gosta de amandar "bocas tremendistas" mas não faz uma proposta concreta - ele, também - para "melhoria" das coisas! A menos da encapotada abolição do TC que ele acha uma "excentricidade" democrática!]

 

"Numa crise de financiamento externo, estou convencido que o país devedor, em crise, tem inicialmente de dar prioridade à restauração da relação fiduciária com os credores oficiais e privados. Na ausência de um entendimento estável, a parte devedora sofrerá custos económicos e sociais agravados. Aquando do início do mandato do atual Governo, a confiança dos nossos credores externos necessitava ser recuperada com urgência, tal era a gravidade da nossa situação; hoje, estou confiante que o esforço deve ser dirigido à preservação dessa confiança, face aos resultados alcançados."

 

E foi este convencimento que originou o seu "mea culpa"...ou não aprendeu nada depois de 2 (dois) anos de esquizofrenia?!

 

"As semelhanças entre a primavera de 2013 e o outono de 2012 são claras e marcadas."

Para além de ser considerado o melhor ministro das finanças da UE...pouco lhe falta para um doutoramento "honoris causa" em meteorologia! As semelhanças são de mais um OE inconstitucional?! Ou é chuva a mais que não deixa desenvolver a economia?!

 

"Como bem sabe, pareceu-me inevitável a minha demissão na sequência do segundo acórdão negativo do Tribunal Constitucional."

 

Pois, ora essa! Um MF que não sabe o que deve em obediência à CRP - e sendo reincidente - só se fosse (?) inconsciente é que não pedia a demissão!

Mas esta é a confissão mais completa de conivência do PM - "como bem sabe" - e desobediência consciente e assumida da inconstitucionalidade das medidas propostas. Ou seja: "- Só sei fazer orçamentos do Estado sem o TC a sobrestar sobre o texto!

 

"Foi-me pedido que continuasse para assegurar a conclusão do sétimo exame regular, a extensão do prazo de pagamento dos empréstimos oficiais europeus e a preparação do orçamento retificativo, necessário depois da prolação daquela decisão jurisdicional. Aceitei então por causa da situação dramática para a qual o país seria arrastado se essas tarefas não fossem realizadas."

 

Pediu-lhe?! O PM pediu?! Que humildade!E por causa da situação dramática para a qual o País seria arrastado! E de quem é a culpa desde o início?! Demasiada submissão ao sr. Schauble e à chanceler Merkel dá nisto! Tivesse tido a coragem de se opôr a medidas inconstitucionais, a medidas gravosas de ressarcimento de dívidas de "jogo" sem cuidar de saber o que era de Justiça...Aceitei, fiz o favor de me não ir embora, eu, Vítor Gaspar! E tu, PM, pediste-me de forma convincente!

 

"O sétimo exame regular está oficialmente concluído. A extensão dos prazos dos empréstimos oficiais europeus está formalmente confirmada. O orçamento retificativo está aprovado. As condições de financiamento do Tesouro e da Economia portuguesa melhoraram significativamente. O investimento poderá recuperar com base na confiança dos empreendedores. A minha saída é agora, permito-me repetir, inadiável."

 

O meu "trabalhinho está feito!" (... mas continua em paranoia: onde está a aprovação do OE rectificativo?! ) "- Agora que destruí tudo...posso ir embora antes que se zanguem a sério...que o melhor povo do mundo também é capaz de fazer justiça!"

 

As condições de financiamento melhoraram, o investimento poderá recuperar! Assim "a minha saída é inadiável"! Então agora que está tudo bem, vai-se embora?!`Há aqui uma "aparente" falta de coerência ou de honestidade intelectual...ou de lealdade! " - Digo-te isto para ver se me safo a tempo, que o fulano nada percebe de finanças e vai acreditar em mim...como até agora!" [pensando com os seus botões, naturalmente] Ou seja, endividei mais o País, enquanto aqui estive, pois "fui aos mercados" e os "mercados" compraram dívida! Ficas com dinheiro até ao ano que vem (se Deus quiser!) e se não gastares mais do que o que o "mercado" me "deu" agora a juros baixinhos! "- vá lá, pá, eles só ficaram a ganhar entre 7 e 10 vezes! O que é que querias?!"

 

"Relembro que apenas o Conselho de Ministros extraordinário de 12 de maio recebi um mandato claro do Governo que permitisse a conclusão do sétimo exame regular (o que ocorreu imediatamente a seguir, a 13 de maio). A ausência de um mandato para concluir atempadamente o sétimo exame regular não me permite agora continuar a liderar a equipa que conduz as negociações com o objetivo de melhor proteger os interesses de Portugal."

 

Ai foi?! E o que andaste a fazer até agora sem mandato claro?! G'ande malandro?! Diria César: "- Também tu, Brutus?!" A vida tem destas coisas! Pensamos que estamos rodeados de gente decente...e sai um gaspar à liça! Partiu a cantareira, foi deixado fazer o que entendesse (até OE inconstitucionais) e agora vem com este desabafo! "Relembro"?! Este gajinho não tem estofo moral nem coluna vertebral!

 

"Numa carta de demissão é imperativo refletir sobretudo sobre as próprias limitações e responsabilidades. O incumprimento dos limites originais do programa para o défice e a dívida, em 2012 e 2013, foi determinado por uma queda muito substancial da procura interna e por uma alteração na sua composição que provocaram uma forte quebra nas receitas tributárias. A repetição destes desvios minou a minha credibilidade enquanto Ministro das Finanças."

 

Então não se estava mesmo a ver que as medidas tomadas - e bisadas - conduziriam a este "cenário"? [já disse aqui que com a minha aritmética, já lá tinha chegado! Não preciso de ser o melhor ministro de finanças da UE...ou se calhar seria, pois tinha antecipado a impossibilidade do caminho!] Há gente entretida a minar MF! Ele, o insubstituível gaspar, contribuiu com o seu erro de previsão?! Ou foi a realidade que foi mais forte que a sebenta?! De qualquer forma: lá vem como se deve escrever uma carta de demissão! É obediente ao estilo!

 

"Os grandes custos de ajustamento são, em larga medida, incontornáveis, dada a profundidade e persistência dos desequilíbrios, estruturais e institucionais, que determinaram a crise orçamental e financeira. No entanto, o nível de desemprego e de desemprego jovem são muito graves. Requerem uma resposta efetiva e urgente a nível europeu e nacional. Pela nossa parte exigem a rápida transição para uma nova fase do ajustamento: a fase do investimento! "

 

O homenzinho não enxerga! Qual a coerência intectual deste parágrafo?! É mesmo "-Adeus" Governem-se!" [razão tinha Sua Excelência o Professor Doutor António Nogueira Leite:"- Ele conhece as alavancas todas; já não sabe é em quais mexer!"[de cor] Aí vem a fase de ajustamento que le, gaspar, sacrificadamente preparou! Não havia outras políticas a defender junto da troica?! - é verdade que ele relembra que só teve mandato na semana anterior à da última sessão com o sei-lá-se-é, mai-lo careca e o estrangeiro!

 

 

"Esta evolução exige credibilidade e confiança. Contributos que, infelizmente, não me encontro em condições de assegurar. O sucesso do programa de ajustamento exige que cada um assuma as suas responsabilidades. Não tenho, pois, alternativa senão assumir plenamente as responsabilidades que me cabem."

 

Naturalmente! O descrédito das medidas é total...e o País está desgraçado! O sucesso exige que "cada um assuma as suas responsabilidades"! "plenamente" Que grande recado! "-Eu desgracei isto tudo! Peço desculpa! Já não acreditam em mim! Então que venham outros...e, já agora, a responsabilidade não é só minha!" Ou seja:" todos deveriam fazer o que eu fiz: ir-se embora! Se o não fizerem...bem, é uma questão de irresponsabilidade!"

 

"Liderança é, por vezes, definida como sabedoria e coragem combinadas com desinteresse próprio. A liderança assim exercida visa os superiores interesses nacionais que perduram de geração em geração. Fácil de dizer, difícil de assegurar, em particular quando as condições são de profunda crise: orçamental, financeira, económica, social e política. Sendo certo que contará sempre com a inteligência, coragem e determinação dos portugueses, cabe-lhe o fardo da liderança. Assegurar as condições internas de concretização do ajustamento são uma parte deste fardo. Garantir a continuidade da credibilidade externa do país também. Os riscos e desafios dos próximos tempos são enormes. Exigem a coesão do Governo. É minha forte convicção que a minha saída contribuirá para reforçar a sua liderança e a coesão da equipa governativa.

Pela minha parte, resta-me agradecer o enorme e inestimável apoio que me prestou nestes dois anos de excelente cooperação.

Com amizade, lealdade e admiração do"

Assº Vitinho [esta interpretação é minha]

 

Convenhamos que este é o parágrafo "assassino" deste pedido de demissão!

"- Não tinhas nem podes nunca ter a qualidade de liderança! Eu é que mandava e o resto do pessoal ouvia (embora começasse a haver refilice!) Agora tratas da "turma" sòzinho e vê lá o que é que o Portas me queria que eu não tenho jeito para aturar diplomatas! Para mim é mais números!"

 

É A LEITURA QUE QUALQUER PORTUGUÊS FARÁ!!

(qualquer, não! Há um irredutível em Belém que tem leituras mais consentâneas com a "estabilidade política" -  como se esta fosse a vaca sagrada da Democracia!)

 

E ainda nos "metem medo" com os juros, e os "mercados" e a troica e o barroso aos berros em Bruxelas, e a merkel a gastar dinheiro aos alemães a telefonar para Portugal como se isto fosse o "down stairs" do Deutsche Bank ou a RDA original e os seus diktats de democracia estalinista!

 

E por aqui me fico!

 

A PGR já sabe, por esta carta, quem assaltou o cofre, roubou os velhinhos, deu cabo da Segurança Social ... e que é procurado por crimes de lesa-pátria, por crimes de extorsão, de desobediência qualificada ao Tribunal Constitucional, que deixou que se praticasse indemnizações aos banqueiros dos "swaps" em vez de os denunciar um-a-um...etc., etc. ... e também fica a saber quais os coniventes! O cabecilha (atenção à lição sobre liderança!) era gaspar!

Local de reunião habitual: Rua Prof. Gomes Teixeira, 1399-022 Lisboa; `às vezes, e à socapa, na Rua da Imprensa à Estrela,2, 1200-888 Lisboa!

 

 

Nota: Maquiavel, o quê? Não! Falta-lhe "grandeur"!

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