4.000.000.000 €
Cá a mim parece-me que grassa por
aí uma grande confusão!
Isto é:
Reestruturação
do Estado?
Reestruturação
do Estado-Social?
Reestruturação
da organização administrativa do Estado?
4.000.000.000
€ ?
Isto para dizer que eu acho – eu posso achar, ainda? – que a reestruturação
do Estado é coisa de muita monta e
que deve passar por um processo político DECENTE e em consonância com a
Constituição da República! Ou seja, há aqui matéria para um vastíssimo processo
político, claramente identificado em termos de objectivos propostos ao Povo (é
no Povo que reside a soberania) e sendo ratificado por este num processo
constitucional adequado.
Não digo que não se façam
discussões, se produzam documentos estruturantes das abordagens propostas…mas
sempre “à luz do dia”! Daqui sairão as propostas para referendo.
Constitucionalmente desenvolvido o processo…e não agora com confusões
financeiras à mistura!
Reestruturação do Estado-Social…”dá pano para mangas”! A
dita reestruturação deverá ser, como a anterior, submetida a um processo
constitucional…e referendada pelo Povo
e, reitero, sem confusões financeiras
à mistura!
(Admitamos, por absurdo, que o Povo assume que quer o Estado-Social que
tem e melhorado e está disposto a suportar-lhe os custos! - Não são os negócios
feitos à sombra dele nem as conezias com que alguns se vão aboletando de
caminho, chamando-lhe “custos do Estado-Social”-. É que o Estado-Social precisa
de ser gerido e não avassalado!)
…não estamos a
falar dos 4.000.000.000 € em que anda tão afadigado em obter o nosso gaspar –
este é branco, para não haver aqui confusões e me apodarem de racista, digamos
assim, que a cor da cútis é uma chatice quando se invoca sem ser nos lugares
mais apropriados! Dizia afadigado, porque o homenzinho não tem parança!
Já quanto à reestruturação administrativa do Estado…pois aqui “a
porca torce o rabo” pois já houve muitos praces
e instrumentos similares e ficou tudo na mesma! Não, não são as “corporações” que
impedem! Quem impede são os seus promotores que vindos de marte caem em cima da Administração Pública como se fosse menina
mal-comportada! E isto não se faz a ninguém! (Repare-se que há bilhares, vilhins,
baladares, cardosos e outros ins e ares e osos que têm dito de sua justiça, normalmente inflados de
uma importância e conhecimento que as corporações a reformar lhes não reconhecem! A Administração Pública não é
hermafrodita! Ela reproduz-se por impulsos
externos – cai bem dizer assim – que lhe determinam objectivos e funções e
organização (e repare-se que a organização administrativa do Estado deve ser
burocrática – e isto não tem a ver com as burrices que se propalam por aí –
dado que deve (?!) obedecer à Constituição e às Leis, no estrito tratamento igual dos Cidadãos (não
estou a falar de RERT e coisitas
idênticas de geração espontânea, que não nascem na
Administração Pública mas na sombra de gabinetes não identificados…ou saem de
caixinhas de farinha amparo); e esta Administração necessita de meios para
cumprir a missão – meios entre os quais se contam pessoas – e estes meios
consomem recursos…entre os quais dinheirito, não é?! O qual, por seu turno,
há-de vir dos impostos.
(Chegados aqui
entra a justiça fiscal (“constante e perpétua vontade de dar a cada um o que é
seu”, por definição de justiça)…e esta anda arredada, arredia, desaparecida!
São sempre os rendimentos certos do trabalho ou do imobiliário – que não pode
fugir, por natureza não semovente – que são espremidos sem dó nem piedade…pois
os outros são fluidos, difusos, escorregadios, cobertos pelos mais diversos
mantos de legalidade “in shore” e “off shore”, de muito complexa análise
judicial, etc.)
O absurdo das coisas: agora que
estamos a caminho de ter um domínio do tamanho do Continente Indiano (nem o
Afonso de Albuquerque sonhou tamanha grandeza!), 99,99999% do qual é marítimo,
mandamos a Marinha às urtigas, corta-se na investigação, admite-se umas
quotazitas na sardinha, porque são sorvedouros de recursos financeiros! Estão a
ver o nosso Portugal manter soberania sobre este domínio em chalupas ou chatas
ou catraios?! Estamos a ver os nossos investigadores de ciências bio-marítimas
em apneia nas fossas atlânticas?! Estamos a ver…navios, diria, por causa destas
reformas/reestruturações confusas e enleadas, que ninguém sabe dizer – e,
antes, se confrontam os conceitos (?)
e reformas! – o que são e a que se
destinam.
Já se concertaram no objecto da
coisa que andam a discutir? A mim parece-me que não!
…ou andamos a lançar poeira para
os olhos do soberano para não se dar por que a coisa se move sub-repticiamente e em contradição com os mais
elementares princípios da legalidade e da transparência!
- A propósito: e os 4.000.000.000€?
- Não se discutem agora porque não há tempo e vocês andam entretidos com o “sexo dos anjos” !
… e é assim que vai acontecendo por aqui! Será desígnio?
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