terça-feira, 29 de janeiro de 2013

O SEXO DOS ANJINHOS


4.000.000.000 €

 

Cá a mim parece-me que grassa por aí uma grande confusão!

Isto é:

Reestruturação do Estado?

Reestruturação do Estado-Social?

Reestruturação da organização administrativa do Estado?

4.000.000.000 € ?

 

Isto para dizer que eu acho –  eu posso achar, ainda? – que a reestruturação do Estado é coisa de muita monta e que deve passar por um processo político DECENTE e em consonância com a Constituição da República! Ou seja, há aqui matéria para um vastíssimo processo político, claramente identificado em termos de objectivos propostos ao Povo (é no Povo que reside a soberania) e sendo ratificado por este num processo constitucional adequado.

Não digo que não se façam discussões, se produzam documentos estruturantes das abordagens propostas…mas sempre “à luz do dia”! Daqui sairão as propostas para referendo. Constitucionalmente desenvolvido o processo…e não agora com confusões financeiras à mistura!

Reestruturação do Estado-Social…”dá pano para mangas”! A dita reestruturação deverá ser, como a anterior, submetida a um processo constitucional…e referendada pelo Povo e, reitero, sem confusões financeiras à mistura!

(Admitamos, por absurdo,  que o Povo assume que quer o Estado-Social que tem e melhorado e está disposto a suportar-lhe os custos! - Não são os negócios feitos à sombra dele nem as conezias com que alguns se vão aboletando de caminho, chamando-lhe “custos do Estado-Social”-. É que o Estado-Social precisa de ser gerido e não avassalado!)

…não estamos a falar dos 4.000.000.000 € em que anda tão afadigado em obter o nosso gaspar – este é branco, para não haver aqui confusões e me apodarem de racista, digamos assim, que a cor da cútis é uma chatice quando se invoca sem ser nos lugares mais apropriados! Dizia afadigado, porque o homenzinho não tem parança!

Já quanto à reestruturação administrativa do Estado…pois aqui “a porca torce o rabo” pois já houve muitos praces e instrumentos similares e ficou tudo na mesma! Não, não são as “corporações” que impedem! Quem impede são os seus promotores que vindos de marte caem em cima da Administração Pública como se fosse menina mal-comportada! E isto não se faz a ninguém! (Repare-se que há bilhares, vilhins, baladares, cardosos e outros ins e ares e osos que têm dito de sua justiça, normalmente inflados de uma importância e conhecimento que as corporações a reformar lhes não reconhecem! A Administração Pública não é hermafrodita! Ela reproduz-se por impulsos externos – cai bem dizer assim – que lhe determinam objectivos e funções e organização (e repare-se que a organização administrativa do Estado deve ser burocrática – e isto não tem a ver com as burrices que se propalam por aí – dado que deve (?!) obedecer à Constituição e às Leis, no estrito tratamento igual dos Cidadãos (não estou a falar de RERT e coisitas idênticas de geração espontânea, que não nascem na Administração Pública mas na sombra de gabinetes não identificados…ou saem de caixinhas de farinha amparo); e esta Administração necessita de meios para cumprir a missão – meios entre os quais se contam pessoas – e estes meios consomem recursos…entre os quais dinheirito, não é?! O qual, por seu turno, há-de vir dos impostos.

(Chegados aqui entra a justiça fiscal (“constante e perpétua vontade de dar a cada um o que é seu”, por definição de justiça)…e esta anda arredada, arredia, desaparecida! São sempre os rendimentos certos do trabalho ou do imobiliário – que não pode fugir, por natureza não semovente – que são espremidos sem dó nem piedade…pois os outros são fluidos, difusos, escorregadios, cobertos pelos mais diversos mantos de legalidade “in shore” e “off shore”, de muito complexa análise judicial, etc.)

 

O absurdo das coisas: agora que estamos a caminho de ter um domínio do tamanho do Continente Indiano (nem o Afonso de Albuquerque sonhou tamanha grandeza!), 99,99999% do qual é marítimo, mandamos a Marinha às urtigas, corta-se na investigação, admite-se umas quotazitas na sardinha, porque são sorvedouros de recursos financeiros! Estão a ver o nosso Portugal manter soberania sobre este domínio em chalupas ou chatas ou catraios?! Estamos a ver os nossos investigadores de ciências bio-marítimas em apneia nas fossas atlânticas?! Estamos a ver…navios, diria, por causa destas reformas/reestruturações confusas e enleadas, que ninguém sabe dizer – e, antes, se confrontam os conceitos (?) e reformas! – o que são e a que se destinam.

Já se concertaram no objecto da coisa que andam a discutir? A mim parece-me que não!

…ou andamos a lançar poeira para os olhos do soberano para não se dar por que a coisa se move sub-repticiamente e em contradição com os mais elementares princípios da legalidade e da transparência!
  

- A propósito: e os 4.000.000.000€?

- Não se discutem agora porque não há tempo e vocês andam entretidos com o “sexo dos anjos” !

Os anjinhos não têm sexo - sempre ouvi dizer - e o amigo caíu nesta? 

… e é assim que vai acontecendo por aqui! Será desígnio?

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