Será a adjectivação pejorativa?!
Será meramente indicativa de localização?! Periférico de quê? A Grã Bretanha
(ou Reino Unido) não é mais periférico?! A Bélgica, a Holanda, a Dinamarca não
são a periferia terrestre a Norte da dita União Europeia? E que dizer das perifericíssimas
Suécia e Finlândia? A Estónia, a Letónia
e a Lituânia não se situam na periferia do Báltico “europeu”?! A Polónia não é
periférica?! E demais outros que não vale a pena trazer à colação!
Ser periférico tem algum mal? Não
é da periferia que usufrui o centro a sua qualidade?!
Ende, o tratamento de “países
periféricos”, da forma como vêm a ser entendidos, terá de ter outra conotação
que não a de se situarem na periferia (do centro, passe a tautologia, p.f.).
Será que de Norte para Sul
ninguém olha para trás para ver de onde vem? – exactamente: da periferia!
Apenas os que têm periferia nela não estão! (o dom da ubiquidade é coisa de
santo e não de País!)
O razoado tem o seu quê: como
pode a albion afirmar não estar na periferia? (Verdade que é um elemento
desconexo da união europeia – o mesmo se diria do Eire e de outros territórios
mais alagados de mar por todos os lados (como Malta, Chipre…e todas as ilhas
gregas e de outras “geografias” políticas!). Ou seja, pode ser ou não conexo,
estar a Norte, a Oriente, a Sul ou Ocidente, e pode ser periférico! Pode – não quer dizer que o seja! (A Albion
não o é, outrossim, a Dinamarca, a Holanda, a Bélgica, a Polónia, a Suécia ?!)
Aqui chegados, há-de concluir-se
que a semântica é outra; ou seja o “conceito” de periférico prende-se com um significado subvertido do étimo.
Assim, parece que se vem
considerando periférico todo o País
da união europeia que se situe no “perímetro”
da alçada do ágio internacional (dos propalados “mercados”) e em posição de “estar
mais a jeito”.
O que para o caso tem a sua
importância, a saber: ser periférico
não faz parte da natureza física da coisa; é mais uma conformidade
circunstancial, digamos assim, do que uma característica substancial da dita
coisa. Neste limiar de abuso linguístico, onde impera o oportunismo, será pois
necessário haver cautela quando se começa a tergiversar sobre o significado dos
étimos: isto porque a física, a geometria, a matemática estão a ser derruídas
nos alicerces pelo economês falacioso! (o linguajar de gorduras, de
reestruturações, de refundações, de espirais, de crescimentos negativos – este tem
piada -, de alinhamentos, de transversalidades, de emagrecimentos – é sempre
dos outros – de janelas de oportunidade, de empreendedorismo, de oportunidades,
de espirais, etc., etc.)! Por causa da subversão de conceitos estruturados o
Galileu lixou-se!
Assim, há que estar atento, pois ser periférico não implica uma alteração
de lugar nem de substância: apenas depende de um locutor inventivo com panache de economista! E esta
adjectivação cai mal: depende de
agências de ratação e de interesses
assolapados!
Pela sua “natureza” de apelido, no perímetro
dos agiotas, ser periférico é assim a
modos de ser bastardo! (o problema
que não enxergam é o que diz respeito à mãe: a europazinha que tais filhos terá
parido! – ou seja, a bastardia vem pelo lado da mãezinha, o que é, normalmente,
muito pior…para a referida!). Pelo que, de um dia para o outro, qualquer país
da europa pode passar – fisicamente, óbvio que não! – a periférico! O que, mudando-se o circunstancialismo, traz muito
desassossego para a comunidade!
Infelizmente, nem todos se
acautelam, para a hipótese de se periferarem,
o que pode acontecer de agora a logo, sem pré-aviso, pois este processo tem de
ser caviloso para prevenir fugas do kypros
amealhado nos cofres dos agiotas!
Aprende-se, agora, que deve sempre
depositar-se a mealha numa locanda com filiais algures…longe do perímetro dos periféricos. Veja-se lá, antes de pôr o euro no balcão, se se pode
contar com uma rectaguarda – chamemos-lhe
assim – que nos garanta aval noutra “geografia”
– étimo com significado distinto do original, ‘tá bem de ver! (Não tem a nada a
ver com “offshores” – por exemplo, gibraltares, liechenstaines, suíças,
etc….) De preferência o critério deverá ser – para além do colchão, já pouco
fiável – um kypros diferenciado,
depositado em locanda acessível a qualquer hora do dia ou da noite noutro lugar
do planeta por meios tecnológicos que permitam a sua ubiquidade (esta sim, é
própria de espíritos santos) tão pronto quanto a europa unida decida o seu
confisco…óbvio, antes de e logo que se suspeite da cavilação! É ver adonde
andam as fitches a consultar e
quejandas casas de comércio de má fama!
E hoje não falo das ameaças ao
Tribunal Constitucional pois pode dar azar…mas que tem sido um regabofe, lá
isso tem! Pressão para quê?! Os meritíssimos decidirão de acordo com a sua
constituição, pois o resto – o da imprensa nacional - deve ter “des” em lugar
de “das” que os referidos togados adivinharão para espanto da arraia-miúda,
convencida, esta, que falava e lia correntemente a língua pátria. É também um
acervo de semântica esotérica só para iniciados...se me faço entender,
convinhável, … ? Ou estarão interessados em mandar abaixo o passos e o gaspar –
parece que deveria ser mais este cá aquele é demasiado inocente, pois por ser
ignorante de excel tem de apoiar-se no referido mago!
E assim vamos indo de semântica
em semântica, para nossa ilustração especializada!
No fim, haverá um País periférico dividido entre troicanos e
espoliados – que é uma forma de dizer que nos estreparam a todos! Ressalvo: se
sobrar País!
Ou seja: a culpa, se o País
passar a bancarrota, é dos meritíssimos que deveriam ler o circunstancialismo
substantivo (estão a acompanhar-me?), pois não entendem o esforço do governo (?)
em nos governar (?) para além dos
textos constitucionais, libertando-nos, enfim!,
dessa canga jurídica e poeirenta, e permitindo a todos os portugueses alcançar
a sua vera espiritualidade inscrita na matriz da nação! Só entendendo os poetas
é que podemos cantar o fado! E é esse o caminho de iluminação transcendental
que nos é aberto pelo governo (?) e quiçá pelo Tribunal Constitucional (segundo
o governo (?), os meritíssimos são capazes de nos atirar para outras periferias, borrando o seu esforço
empenhado em tornar-nos mais centrais
ainda que depurados em espíritos!)
Seremos
mal-agradecidos?!
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