terça-feira, 2 de abril de 2013

OS PAÍSES PERIFÉRICOS E AS PRESSÕES SOBRE O TRIBUNAL CONSTITUCIONAL

 
Será a adjectivação pejorativa?! Será meramente indicativa de localização?! Periférico de quê? A Grã Bretanha (ou Reino Unido) não é mais periférico?! A Bélgica, a Holanda, a Dinamarca não são a periferia terrestre a Norte da dita União Europeia? E que dizer das perifericíssimas  Suécia e Finlândia? A Estónia, a Letónia e a Lituânia não se situam na periferia do Báltico “europeu”?! A Polónia não é periférica?! E demais outros que não vale a pena trazer à colação!
Ser periférico tem algum mal? Não é da periferia que usufrui o centro a sua qualidade?!
Ende, o tratamento de “países periféricos”, da forma como vêm a ser entendidos, terá de ter outra conotação que não a de se situarem na periferia (do centro, passe a tautologia, p.f.).
Será que de Norte para Sul ninguém olha para trás para ver de onde vem? – exactamente: da periferia! Apenas os que têm periferia nela não estão! (o dom da ubiquidade é coisa de santo e não de País!)
O razoado tem o seu quê: como pode a albion afirmar não estar na periferia? (Verdade que é um elemento desconexo da união europeia – o mesmo se diria do Eire e de outros territórios mais alagados de mar por todos os lados (como Malta, Chipre…e todas as ilhas gregas e de outras “geografias” políticas!). Ou seja, pode ser ou não conexo, estar a Norte, a Oriente, a Sul ou Ocidente, e pode ser periférico! Pode – não quer dizer que o seja! (A Albion não o é, outrossim, a Dinamarca, a Holanda, a Bélgica, a Polónia, a Suécia ?!)
Aqui chegados, há-de concluir-se que a semântica é outra; ou seja o “conceito” de periférico prende-se com um significado subvertido do étimo.
Assim, parece que se vem considerando periférico todo o País da união europeia que se situe no “perímetro” da alçada do ágio internacional (dos propalados “mercados”) e em posição de “estar mais a jeito”.
O que para o caso tem a sua importância, a saber: ser periférico não faz parte da natureza física da coisa; é mais uma conformidade circunstancial, digamos assim, do que uma característica substancial da dita coisa. Neste limiar de abuso linguístico, onde impera o oportunismo, será pois necessário haver cautela quando se começa a tergiversar sobre o significado dos étimos: isto porque a física, a geometria, a matemática estão a ser derruídas nos alicerces pelo economês falacioso! (o linguajar de gorduras, de reestruturações, de refundações, de espirais, de crescimentos negativos – este tem piada -, de alinhamentos, de transversalidades, de emagrecimentos – é sempre dos outros – de janelas de oportunidade, de empreendedorismo, de oportunidades, de espirais, etc., etc.)! Por causa da subversão de conceitos estruturados o Galileu lixou-se!
Assim, há que estar atento, pois ser periférico não implica uma alteração de lugar nem de substância: apenas depende de um locutor inventivo com panache de economista! E esta adjectivação cai mal: depende de agências de ratação e de interesses assolapados!
Pela sua “natureza” de apelido, no perímetro dos agiotas, ser periférico é assim a modos de ser bastardo! (o problema que não enxergam é o que diz respeito à mãe: a europazinha que tais filhos terá parido! – ou seja, a bastardia vem pelo lado da mãezinha, o que é, normalmente, muito pior…para a referida!). Pelo que, de um dia para o outro, qualquer país da europa pode passar – fisicamente, óbvio que não! – a periférico! O que, mudando-se o circunstancialismo, traz muito desassossego para a comunidade!
Infelizmente, nem todos se acautelam, para a hipótese de se periferarem, o que pode acontecer de agora a logo, sem pré-aviso, pois este processo tem de ser caviloso para prevenir fugas do kypros amealhado nos cofres dos agiotas!
Aprende-se, agora, que deve sempre depositar-se a mealha numa locanda com filiais algures…longe do perímetro dos periféricos. Veja-se lá, antes de pôr o euro no balcão, se se pode contar com uma rectaguarda – chamemos-lhe assim – que nos garanta aval noutra “geografia” – étimo com significado distinto do original, ‘tá bem de ver! (Não tem a nada a ver com “offshores” – por exemplo, gibraltares, liechenstaines, suíças, etc….) De preferência o critério deverá ser – para além do colchão, já pouco fiável – um kypros diferenciado, depositado em locanda acessível a qualquer hora do dia ou da noite noutro lugar do planeta por meios tecnológicos que permitam a sua ubiquidade (esta sim, é própria de espíritos santos) tão pronto quanto a europa unida decida o seu confisco…óbvio, antes de e logo que se suspeite da cavilação! É ver adonde andam as fitches a consultar e quejandas casas de comércio de má fama!
E hoje não falo das ameaças ao Tribunal Constitucional pois pode dar azar…mas que tem sido um regabofe, lá isso tem! Pressão para quê?! Os meritíssimos decidirão de acordo com a sua constituição, pois o resto – o da imprensa nacional - deve ter “des” em lugar de “das” que os referidos togados adivinharão para espanto da arraia-miúda, convencida, esta, que falava e lia correntemente a língua pátria. É também um acervo de semântica esotérica só para iniciados...se me faço entender, convinhável, … ? Ou estarão interessados em mandar abaixo o passos e o gaspar – parece que deveria ser mais este cá aquele é demasiado inocente, pois por ser ignorante de excel tem de apoiar-se no referido mago!
E assim vamos indo de semântica em semântica, para nossa ilustração especializada!
No fim, haverá um País periférico dividido entre troicanos e espoliados – que é uma forma de dizer que nos estreparam a todos! Ressalvo: se sobrar País!
Ou seja: a culpa, se o País passar a bancarrota, é dos meritíssimos que deveriam ler o circunstancialismo substantivo (estão a acompanhar-me?), pois não entendem o esforço do governo (?) em nos governar (?) para além dos textos constitucionais, libertando-nos, enfim!, dessa canga jurídica e poeirenta, e permitindo a todos os portugueses alcançar a sua vera espiritualidade inscrita na matriz da nação! Só entendendo os poetas é que podemos cantar o fado! E é esse o caminho de iluminação transcendental que nos é aberto pelo governo (?) e quiçá pelo Tribunal Constitucional (segundo o governo (?), os meritíssimos são capazes de nos atirar para outras periferias, borrando o seu esforço empenhado em tornar-nos mais centrais ainda que depurados em espíritos!)
Seremos mal-agradecidos?!

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