Agora que já toda a gente se pronunciou sobre PALHAÇO, penso
ser altura de se falar de coisas mais sérias.
Por exemplo, as PENSÕES DE REFORMA/APOSENTAÇÃO.
Todos os opinantes e polígrafos entendem que há que alterar
o financiamento das PENSÕES de REFORMA/APOSENTAÇÃO e vá de “adiantar” soluções.
Nomeadamente aquela dos “pilares” e dos “plafonamentos”
(que é assim um modo de dizer “-Só te dou isto! Para o “resto” trata tu da
vidinha!”).
Ou seja: andamos a ser “embrulhados” na discussão da árvore
e não estamos a ver a floresta!
Há uns anos atrás Viviane Forrester (falecida recentemente)
escreveu um interessantíssimo “ensaio” cujo título é “O horror económico” (“L'horreur
économique”).
Aí se preconizava e
avisava que, pelos caminhos que a civilização trilhava, fundados no liberalismo
económico…o trabalho acabaria! Como?! É só ler!
Dito o que, basta
considerar que se continuarmos no “modelo” de financiamento das pensões de reforma/aposentação
baseado nos descontos do trabalho…um dia destes acordamos sem mealha!
Não se trata de nos
colocarmos no futuro de que falava Viviane, pois esse é o nosso presente!
Passou depressa…chegou!
Donde, a discussão
está “desfocada”! O modelo não é o dos pilares ou coisa que o valha! O modelo é
o da submissão dos homens ao liberalismo capitalista sem peias nem freios!
A tecnologia (como
antecipava Viviane) substituiria, a menos de um forte pulso político na
condução do INTERESSE PÚBLICO, o trabalho humano! Até aqui tudo bem…a menos que
se olhe para o trabalho como forma de realização das pessoas e de lhes dar um
sentimento de DIGNIDADE pela partilha da realização de objectivos sociais. Diria
eu que deveria haver, obrigatoriamente, um “estudo de impacte social” da adopção de uma nova tecnologia
na produção. A dispensa deste estudo na inclusão de novas formas e tecnologias
na cadeia de produção – com dispensa do trabalho humano - visando apenas a realização
de lucro, e, como eufemisticamente se vai deixando dizer, com “ganhos
de produtividade”, trouxe-nos aonde estamos!
Agora, aqui
chegados, permite-se a discussão de rateio
do financiamento ou das prestações
sociais, em vez de se impor um novo discurso sobre os contribuintes. Não
se quere assumir que o desemprego e a criminalidade são as faces agora
emergentes do modelo que se tem vindo a seguir!
NÃO HÁ TRABALHO!
Ou não o há para todos em todo o tempo! Esta é a consequência do modelo
“económico” vigente! E fundar o financiamento das pensões de
reforma/aposentação na contribuição da remuneração do trabalho…é ENGANAR o
Povo!
Pelo que se torna necessário trazer à colação outros “contribuintes”,
dos quais, necessariamente, os arredios meios financeiros que em nada
contribuem nem para a produção nem para a sociedade em geral (pelo contrário:
quando os actores financeiros vão à falência…lá está o trabalho a ser chamado
para colmatar “os mal parados”, as “imparidades”…)
…ou mudemos o paradigma de desenvolvimento económico: ponhamos como fim/objectivo
a ocupação e o bem-estar das pessoas e daqui construa-se o modelo de
tributação/contribuição de TODOS os factores para esse bem-estar. Será fácil,
hoje, pôr nos “pratos da balança” as vantagens e os inconvenientes da falta de
ocupação (seus custos e consequências) das pessoas. Não deve haver falta de
indicadores para a análise adequada!
Agora, andar-se a gritar que as pensões de reforma/aposentação terão de
ser revistas mantendo-se estruturalmente
o modelo, é atirar com a solução do problema para diante e areia para os olhos!
Há que conseguir impor um estudo de impacte social sobre todas
as adopções de novas tecnologias/técnicas na cadeia de produção, estudar o
universo das soluções…e não esquecer incluir no modelo de análise o
emprego/desemprego, os custos sociais…e a DIGNIDADE das pessoas! O pleno emprego deverá ser o objectivo!
Isto é, que todos estejam activos socialmente, que se sintam plenamente
realizados e que possam dispor dos meios de uma subsistência digna para si e
para a sua Família! Não se procura esmolas! Não se procura saídas falsas
para o problema! Procura-se a DIGNIDADE de TODOS sem qualquer exclusão!
Se olharmos para o presente, vemos os resultados do futuro antecipado
por Viviane!
Pelo que, em vez de pensarmos e discutirmos o post troika (com
todas as palhaçadas que isto implica em obscurecer a razão das coisas e
não procurar interrogar o modelo actual para nele encontrar a causa para os
problemas actuais e resposta para o futuro), deveremos ser intelectualmente
honestos admitindo que chegámos onde chegámos porque o modelo está
errado e não será nele que encontraremos soluções para as crises sociais que
nos avassalam, entre as quais a manutenção das pensões de reforma/aposentação.
De onde se pode concluir que o ASSALTO
às pensões de reforma/aposentação não é mais do que pretender dar solução ao “problema”
com a aplicação…do problema! Daqui não saímos! Trata-se de uma aporia! Não
querer ver isto…é estar a discutir o post troika pela óptica da dita!
Que fomos roubados,
todos, já o sabemos! A Justiça deveria preocupar-se com os LADRÕES - e não com as queixinhas do PR à procura do crime de um
tropo! Quando andamos sem “ler”- jornais
ou outras literatices -, e não nos afastamos, com inteligência, para ganhar
distância e isenção sobre as temáticas que nos preocupam, dá nisto: tentar incriminar os mensageiros
quando nos sentimos num labirinto e rodeados de sacerdotes da mesma “religião”!
Nesta altura – e não no post troika - deveríamos estar a
considerar como resolver o PROBLEMA criado com o ASSALTO ao País! Ou seja, a
considerar qual a dívida a pagar e a dívida a não pagar – e não em encontrar
uma solução constitucional ou a-constitucional para efectuar mais um ROUBO aos espoliados
do modelo, aos “descartáveis”! Deveríamos estar a considerar de que
lado está o 33 r.p.m. e o seu patrão (se dúvidas houvesse, as mesuras e
subserviências difundidas são claras sobre isso!) e a equacionar defenestrá-lo
(politicamente, claro!) e, deste sim, participar à PGR o esbulho que as suas
medidas têm efectuado ao erário e ao Povo! – Mas para isto era necessário
liquidar de vez o Abade de Estevães! (a) E assumir uma coragem política e uma
liderança que fenecem (alegadamente e empìricamente verificado) nos corredores
de Belém!
Temos assim que, de facto, os Conselheiros tinham razão, ao que parece,
em recusarem a discussão da temática! (“-Se ele não vê bem ao perto, como quere
ver bem ao longe?!”)
Tem isto a ver com as pensões de Reforma/Aposentação, pois a procura
daqueles milhares de milhões deveriam ser feita com a sustação da dívida que
não pára! E porquê? Exactamente porque o modelo do 33 r.p.m. está errado! Como
se pode falar em pagar uma dívida se para isso se vai contrair outra e sucessivamente?!
E se, agora, me volto para as pensões de reforma/aposentação, para o que me
voltarei quando estas já não chegarem? (Não foi o próprio que falou na “espiral
recessiva” que era necessário interromper?! Não foi o dito que se
insurgiu com o insuportável nível de fiscalidade crescente?! Em que ficamos?! E
o palhaço não é um tropo?!) Quem enlouqueceu?!
Ende, e voltando ao modelo: deixem-se de conjecturar “pilares” e
“plafonds”, admitam que o modelo
está errado…mais o modelo económico
e a forma de financiamento das pensões de reforma/aposentação que dele excluem
os verdadeiros “culpados” da situação! Não invertam o sentido das culpas!
Assim, poderá S.Exa ficar mais descansado: o 33 r.p.m. vai “trabalhar”
para o Schäuble e impor as regras da troika para a Merkel e eles, lá na
Germânia, que vejam o funcionamento da coisa e do coiso!
Para já: rever rapidamente – eventualmente com a ajuda da PGR – a dívida
(quiçá haja mais montes-brancos pelo meio ou suópis! Sei lá eu…)
e demonstrar que o que se diz que se deve é uma treta…e deixem lá os
reformados/aposentados com as suas pensões tranquilas, sem mais roubos e seu patrocínio promulgatório!
E para o post troika…convoquem-se os PORTUGUESES para DISCUTIR o
assunto! (Não a pandilha do costume - pandilha: é um tropo ingénuo e sem qualquer intenção de ofender - que "estudou" econometrias no quelhas e outras ciências mais ocultas lá no sítio)
Repito: a dívida é
I-M-P-A-G-Á-V-E-L! É só fazer contas! (Com borla e capelo, então deve ser “canja” verificá-lo!
Digo eu, que me deu algum trabalhinho, mas “cheguei lá”! "– Obrigado, Senhora Dª
Amélia! "(b))
(a)
Ver “CALISTOS”, lá mais para trás!
(b)
Foi a minha PROFESSORA de ARITMÉTICA – e não era
Professora Doutora de coisa nenhuma e não tinha borla e capelo! Tinha C-O-M-P-E-T-Ê-N-C-I-A!
Há muitas dezenas de anos atrás era assim! Agora não sei! Parece que é preciso
ser-se Doutor, como o Nogueira Leite, António, Professor Doutor!!!
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